A Prefeitura já destinou R$70 milhões na desapropriação de imóveis no entorno do terminal para viabilizar a instalação do instrumento que auxilia pilotos nos procedimentos de pouso
Uma semana após a solenidade de anúncio sobre os investimentos de R$ 185 milhões para reforma e ampliação do Aeroporto de Londrina, o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aérea) da FAB (Força Aérea Brasileira) informou que não tem previsão de aquisição e instalação do ILS CAT I no terminal. O instrumento, com siglas em inglês, auxilia os pilotos em procedimentos de pousos em condições adversas de tempo na aproximação com a pista do aeroporto. A informação foi revelada pela RPCTV e confirmada pela CBN Londrina.
O Decea concluiu que os procedimentos de aproximação por instrumentos atuais já atendem às necessidades operacionais para a cabeceira 13, que é a de uso preponderante para pousos e decolagens do aeródromo, o que possibilita aos usuários capacitados em voo por instrumento regularidade, segurança e fluidez das operações aéreas. Ou seja, o órgão da Força Aérea descarta, neste momento, a substituição pelo ILS. Quanto aos questionamentos sobre aquisição e instalação, a Força Aérea esclarece que “não cabe ao Decea a obrigatoriedade de aquisição e instalação do referido equipamento”, diz a nota enviada pela FAB.
Já a CCR Aeroportos, concessionária que administra o aeroporto de Londrina, informa que o contrato aponta que apenas os custos para obras de infraestrutura para receber o instrumento são de responsabilidade dela, como foi anunciado em evento no Aeroporto de Londrina no dia 24 de agosto.
Em nota enviada à imprensa, a CCR aponta que a concessionária será responsável pelos custos decorrentes da eventual realocação de instalações e de infraestrutura para receber o ILS.
No evento de anúncio de investimentos, o prefeito Marcelo Belinati (PP) lembrou que a Prefeitura já destinou R$70 milhões na desapropriação de imóveis no entorno, viabilizando as obras de ampliação de pista e que um dos objetivos principais seria viabilizar a instalação do ILS. Embora o anúncio cause temor, em entrevista nesta sexta-feira, o prefeito disse acreditar que o instrumento de segurança está garantido pelo Governo Federal. O prefeito disse acreditar que a solicitação à FAB deve ser feita apenas quando o terminal estiver de fato adaptado para receber o instrumento de segurança
Para o professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UEL (Universidade Estadual de Londrina), André Silvestri, a postura do órgão da FAB é ‘estranha’, diante do histórico de cancelamentos no terminal e dos debates realizados sobre o tema inclusive pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) .
O especialista ainda ressalta que as desapropriações de imóveis, que custaram milhões aos cofres públicos, foram feitas com base em normas internacionais e por exigência da Infraero.
A previsão da CCR é que as melhorias anunciadas sejam entregues até o final de 2024 e incluem a adequação das áreas de escape na pista, reforma e ampliação do terminal de passageiros e implantação de duas pontes de embarque. O contrato prevê um novo pátio para seis aeronaves e uma nova estrutura de SCI (Seção Contra Incêndios), além da instalações do ALS e ILS.
Fonte: CBN Londrina