Em depoimento à polícia, ele disse inclusive que chegou a pedir para que o condutor diminuísse a velocidade, mas que não houve tempo de evitar o acidente. Homem também alegou que saiu do local depois do atropelamento porque ficou com medo de ser confrontado
A Polícia Civil conseguiu coletar o depoimento do passageiro da Kombi que atropelou e matou quatro crianças no distrito de São Luiz, na zona rural de Londrina, no dia 14 de setembro. Ele se apresentou na delegacia na última segunda-feira (6) e foi interrogado pelo delegado Silvio Cardoso, responsável pelas investigações. O idoso de 65 anos, que seria ajudante do condutor da Kombi, confirmou que o colega, de 73 anos, estava em alta velocidade no momento do acidente. Ele disse ainda que chegou a pedir para que o motorista reduzisse a velocidade, mas que não houve tempo de evitar o atropelamento.
O motorista teria passado reto em uma curva e atingido em cheio as crianças, que voltavam da escola. Morreram no acidente os gêmeos Adrian e Vinícius Moraes Bueno, de 6 anos de idade, e as meninas Kelly Gonçalves da Silva, de 5, e Kemelly Gonçalves da Silva, de 9 anos de idade.
Segundo a polícia, o passageiro detalhou a dinâmica do acidente e trouxe informações novas ao inquérito, que se encaminha para a sua fase final. Ele, inclusive, se feriu na batida e, no depoimento, apresentava machucados num dos braços.
O homem não soube dizer ao delegado porque o motorista não revelou que ele também estava na Kombi, e contou que resolveu se apresentar na delegacia depois de ver na imprensa que a polícia estava atrás dele. Ele disse ainda que resolveu deixar o local porque ficou com medo das pessoas que se aglomeraram na estrada depois do atropelamento. Uma delas, inclusive, teria tentado impedi-lo de ir embora.
A princípio, o passageiro da Kombi será tratado como testemunha pela investigação. O depoimento dele era considerado crucial pela polícia, e segue para reforçar o que já havia sido dito por outras testemunhas, que também afirmaram que o motorista estava acima da velocidade permitida no trecho, que é de 40 km/h. Chegou-se a cogitar que o condutor dirigia a mais de 70 km/h, mas a perícia do Instituto de Criminalística não conseguiu fazer essa medição.
Por outro lado, o laudo confirmou que o sol pode ter atrapalhado a visão do motorista da Kombi no momento do atropelamento. O condutor já tinha dito isso à polícia durante interrogatório. Para chegar a essa conclusão, os peritos analisaram, entre outros elementos, o horário em que o acidente foi registrado – final da tarde -, o fato de o motorista ter passado reto em uma curva e, ainda, o fato dele não ter acionado o freio em nenhum momento para evitar o atropelamento.
Agora, a polícia deve juntar o depoimento do passageiro às demais provas coletadas durante a investigação. O material será encaminhado ao Ministério Público (MP), que ficará responsável por oferecer denúncia contra o motorista. A CBN procurou o delegado Silvio Cardoso atrás de mais detalhes, mas não obteve retorno até o momento. O advogado do condutor também não foi encontrado para comentar o assunto.
Fonte: CBN Londrina