Será exibido, neste sábado (18), uma sessão Kinocidadão ao ar livre, parceria entre a Kinoarte e o Coletivo Ciranda Da Paz. A exibição marca o encerramento do evento “Zumbi Vive”, promovido pelo Ciranda da Paz em colaboração com o Coletivo Dona Vilma Yá Mukumbi, em razão da Semana da Consciência Negra. A sessão será na pracinha da Favela da Bratac (Rua Nossa senhora do Carmo, 41, no Jardim Nossa Senhora da Paz) em Londrina.
A Sessão especial ao ar livre é voltada para o público infantil e compõe a programação da 25ª edição do Festival Kinoarte de Cinema Londrina. No total, serão exibidos cinco curtas gratuitamente.
A sessão, programada para às 18h30, será precedida por um dia repleto de atividades a partir das 13h. Entre as atrações do “Zumbi Vive”, estão apresentações de danças africanas lideradas por Lena Silverman e Luana Almeida, brincadeiras típicas africanas com membros do Ciranda da Paz, produção de bonecas conduzida por Luciane Dazuri, performance do ator Rogério Francisco Costa, além de oficinas de tranças com Lucely Afrostyle, entre outras atividades.
Ana Beatriz Melo, integrante dos coletivos Dona Vilma Yá Mukumbi e Ciranda da Paz, ressalta que todas as atividades planejadas contribuem para a valorização da cultura afro-brasileira.
“A história da população negra em grande medida é apagada. Quando a gente faz um resgate histórico e propicia momentos e constrói juntos essa possibilidade de se viver esses momentos, que é o trabalho que esses dois coletivos fazem, é muito importante, revolucionário. Acho incrível. E acho que essa atitude garante o direito de acessar a cultura e arte afro-brasileira. Para além de ter esse excesso garantido, tem toda uma questão subjetiva das pessoas poderem resgatar a sua autoestima, uma perspectiva de si mesmo próspera, algo que também historicamente é apagado. Quando você consegue ver, estar entre iguais, estar entre semelhantes e compartilhar de realidades, de afeto, de carinho, de amor, de encontro, eu acho que isso é importante também”, diz.
Esse espaço possibilita uma integração da comunidade com suas raízes, onde podem ter acesso à sua história e aos produtos de sua cultura.
“Esse afro-brasileiro é produzido em diáspora, a gente está falando de uma diáspora africana. Então, todo o processo da população preta de África aqui no Brasil rendeu uma cultura. Para além de tudo que a gente ouve na escola, do processo de escravização e tudo mais, a história da população preta e parda no Brasil não se resume à escravidão. A gente tem uma cultura que chamamos de afro-brasileira e essa cultura se expressa nas danças, nos cabelos, nas brincadeiras, nos jogos, nas palavras. Então, eu acho que quando a gente tem a possibilidade de um espaço, onde essas atividades, vamos dizer assim, elas podem acontecer e as pessoas podem ter acesso a elas, isso é uma promoção da cultura afro-brasileira”, finaliza.
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão.