Juliana conta que sua região já apresenta a experiência questionável de escola cívico-militar
Juliana de Souza é moradora desde a infância da vila Formosa, na chamada região com o mesmo nome, um complexo de vilas e associações de moradores, no bairro Novo Mundo.
Ela é fundadora da União de Moradores e Trabalhadores (UMT), que articula associações de moradores, e integrante também do setor de distribuição do Brasil de Fato Paraná.
Mãe de uma jovem negra de 14 anos, Juliana conta que o bairro já apresenta a experiência questionável de escola cívico-militar aplicada no colégio Yvone Pimentel, de onde a mãe transferiu a filha para o colégio Ivo Leão, a partir de situações cotidianas de constrangimento, racismo e intolerância.
Agora, com a proposta do governo do Paraná de militarizar 127 escolas no estado, incluindo o colégio Ivo Leão, na Cidade Industrial de Curitiba, Juliana se posiciona ativamente ao lado de estudantes e da comunidade escolar contra a mudança no formato da escola.
Em entrevista, a liderança comunitária afirma: “Não tem por que militarizar mais um colégio. Minha filha sofreu preconceito por conta do cabelo, quando tirou as tranças e assumiu o Black Power dela, teve experiência no Yvone Pimentel de falarem pra ela, teve experiência que o cabelo tinha que caber na boina, e tentaram acabar com as decisões e escolhas dos adolescentes, é uma forma de exclusão que eles fazem”, atesta.
Em vídeo gravado em frente à escola Ivo Leão, que tem se mobilizado junto à UPES e estudantes , ela aponta: “Sabemos o que passam neste modelo opressivo. Nós fomos convidados a nos retirar, esse modelo não funciona, não traz o caráter educativo, militar é no quartel e não nas escolas. Somos contra o modelo cívico-militar. Então famílias, alunos, e comunidade escolar, vote não nesse dia 28 e 29”.
Fonte: Brasil de Fato