Entre as razões para o recorde de pedidos de desemprego estão ter aceitado empregos precários e com salários baixos durante a pandemia e também a preferência por continuar trabalhando em casa
O Brasil bateu recorde de pedidos de demissão nos últimos 12 meses até maio, apesar do país ainda ter 10,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados, 39,1 milhões na informalidade, sem direito a nada, e 4,3 milhões no desalento, que deixaram de procurar emprego depois de muito tentar e não conseguir.
De maio do ano passado a maio deste ano, 6,175 milhões de trabalhadores pediram demissão.
O número de trabalhadores que pediu para sair das empresas, apesar da crise econômica, representa 33% do total de desligamentos no período, que foi de 18.694 milhões.
O levantamento é da LCA Consultores leva em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que contabiliza as vagas com carteira assinada no país.
São Paulo foi o estado com maior número de pedidos de demissão: das 6.200.979 de rescisões feitas nos 12 meses até maio, 2.989.142 foram a pedido dos trabalhadores.
O responsável pela pesquisa, Bruno Imaizumi, pontuou as razões que, na opinião dele, contribuem para o recorde de pedidos de demissão. Segundo o economista, com a normalização do mercado de trabalho, muitas empresas estão voltando para o trabalho presencial, modalidade que muitos trabalhadores não consideram benéfica em termos de qualidade de vida.
“Essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em vez de pegar trânsito todos os dias, por exemplo”, disse Bruno ao G1.
Outras razões, disse o economista, são os empregos sem afinidade com a formação profissional que foram aceitos no começo da pandemia.
Agora, os trabalhadores buscam melhores condições de trabalho e renda.
Fonte: Redação CUT