Texto critica pressões que partem de “minoria privilegiada por isenções de impostos e desonerações injustas e indecentes”
Dezenas de entidades dos movimentos sociais e sindicais lançaram um manifesto contra a articulação de agentes do mercado financeiro com os veículos de comunicação hegemônicos para pressionar o governo a cortar gastos, mesmo em áreas que afetam profundamente a população mais pobre do país. Além do texto com posicionamento contrário à redução de recursos, será lançada hoje uma plataforma para adesões individuais à mobilização.
O manifesto critica as pressões que partem de uma “minoria privilegiada por isenções de impostos e desonerações injustas e indecentes” sobre o governo, “eleito para reconstruir o país”.
“O poder financeiro, os mercados e seus porta-vozes na mídia agitam o fantasma de uma inexistente crise fiscal, quando o que estamos vivendo é a retomada dos fundamentos econômicos, destruídos pelo governo anterior”, diz a mensagem.
A seguir, a íntegra do documento e alguns de seus signatários:
Mercado financeiro e mídia não podem ditar as regras para o país
Temos acompanhado, com crescente preocupação, notícias e editoriais na mídia que têm o objetivo de constranger o governo federal a cortar “estruturalmente” recursos orçamentários e outras fontes de financiamento de políticas públicas voltadas para a saúde, a educação, os trabalhadores, aposentados e idosos, bem como os programas de investimento na infraestrutura para o crescimento do país.
São pressões inaceitáveis que partem de uma minoria privilegiada por isenções de impostos e desonerações injustas e indecentes; dos que manipulam a fixação das maiores taxas de juros do planeta e que chantageiam o governo e o país, especulando com o dólar e nas bolsas de valores.
No momento em que o governo federal, eleito para reconstruir o país, vem obtendo resultados significativos na recuperação do nível de emprego, do salário e da renda da população, tais avanços são apresentados como pretexto para forçar ainda mais a elevação da taxa básica de juros, quando o país e suas forças produtivas demandam exatamente o contrário: mais crédito e mais investimento para fazer a economia girar.
O poder financeiro, os mercados e seus porta-vozes na mídia agitam o fantasma de uma inexistente crise fiscal, quando o que estamos vivendo é a retomada dos fundamentos econômicos, destruídos pelo governo anterior. Onde estavam esses críticos quando Bolsonaro e Guedes romperam os orçamentos públicos e a credibilidade do Brasil? Onde estavam quando a inflação caminhava para 12%?
Agora querem cortar na carne da maioria do povo, avançando seu facão sobre conquistas históricas como o reajuste real do salário-mínimo e sua vinculação às aposentadorias e ao BPC, o salário-desemprego, os direitos do trabalhador sobre o FGTS, os pisos constitucionais da Saúde e da Educação.
E nada falam sobre o maior responsável pelo crescimento da dívida pública, que é a taxa de juros abusiva e crescente. Nada falam sobre as desonerações de setores que lucram muito sem gerar empregos, inclusive a mídia; a imoral isenção de impostos sobre lucros e dividendos nem sobre a recusa de taxar grandes fortunas, por parte de uma maioria do Congresso que se apropria de fatias cada vez maiores do Orçamento.
Chega de hipocrisia e de chantagem! Cortar recursos de quem precisa do Estado e dos investimentos públicos só vai levar o país de volta a um passado de exclusão e injustiça que os movimentos sociais e o povo lutam há tempos, todos os dias, para transformar numa sociedade melhor e mais justa.
Assinam:
- Frente Brasil Popular
- Frente Povo sem Medo
- MST
- MTST
- CUT
- INTERSINDICAL
- CONTAG
- CNTE
- CONTEE
- CMP
- MTC
- INESC
- MBP
- MPA
- MNU
- MAM
- MMM
- Sem Direitos
- Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
- PT
- PDT
- PSOL
- PCDOB
- Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento – IFFD
- Rede MMT Brasil
- Transforma Unicamp
- Subverta
- Fogo no Pavio
- Sindicato dos Servidores De Ciencia, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública – ASFOC/SN
- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS
- Federação Nacional das/os Assistentes Sociais
- CANDACES
- Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – FENAPSI
- Federação Nacional dos Psicólogos
- Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais – Abecs
- Fineduca
- ABGLT
- Rua
- Juventude Manifesta
- Resistência
- ANPAE
- FNPE
- Confederação Sindical Educação dos Países de Língua Portuguesa – CPLP
Fonte: ICL Notícias