Após o anuncio do presidente dos EUA, Donald Trump de que vai impor taxa de 25% nas importações de aço do Brasil e outros países gerou preocupação nas empresas brasileiras e nos trabalhadores do setor.
A ArcelorMittal e a Ternium, fabricantes de aço semi-acabado (placas) e a CSN, que vende produtos laminados de alto valor agregado no mercado americano, com material enviado da sua usina em Volta Redonda (RJ) para seu centro de distribuição local, são as siderúrgicas com grande potencial de perdas na exportação de aço aos Estados Unidos, caso a intenção do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de importação de 25% se concretize.
Já a Gerdau pode se beneficiar com esse cenário, segundo avaliações de analistas.
Até o momento, as empresas e o Instituto Aço Brasil informaram que preferem não se manifestar sobre a potencial imposição de tarifas pelo governo americano antes de serem oficializadas por Trump.
Milhares de empregos podem ser afetados
Com essa nova política de taxação do aço brasileira que pode ser imposta pelo governo americano, os empregos gerados no setor serão ameaçados.
É o que teme o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi e secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), que considera esta, uma questão aberta para negociação.
“É uma ameaça de desemprego no setor em nosso país para gerar emprego nos EUA”, alerta Juruna. De acordo com o Instituto Aço Brasil, entidade que representa as usinas produtoras de aço no Brasil, informou que em 2024 o setor siderúrgico empregava 126.888 pessoas.
Já o Anuário Brasileiro da Siderurgia, em 2022, registrou 120 mil empregos diretos no setor siderúrgico.
O setor siderúrgico é responsável pela fabricação e tratamento de aço e ferro fundido. Movimenta a economia e contribui para o Produto Interno Bruto (PIB).
Entre os empregos gerados pelo setor estão engenheiros, soldadores, eletricistas, operadores de logística e técnicos.
Como funciona a tarifação antes do aumento?
De acordo com o sistema de tarifa que vigora até agora, a Seção 232, de 2018, criada no primeiro governo de Trump, o Brasil tem cota de exportação de 3,5 milhões de toneladas ao ano de placas, isentas de impostos. Somando aços acabados, o total beira 4 milhões de toneladas.
A dúvida de especialistas é se essa cota permaneceria e se a tarifa seria aplicada sobre o excedente, o que, amenizaria a situação, em parte.
Blefe do presidente americano
O governo federal considera que o decreto de Donald Trump para sobretaxar a importação de aço e alumínio a partir de março faz parte de um blefe para forçar melhores condições comerciais para este ou mesmo para outro setor.
A iniciativa está sendo encarada pela equipe de Lula como a abertura de uma mesa de negociação para algo que seja de interesse dos Estados Unidos —para, ao final das conversas, retomar as condições anteriores no comércio bilateral de aço e alumínio.
Fonte: Rádio Peão