Vereador cassado por entrar em uma igreja durante protesto antirracista será recebido pelo Papa em Assis
O ex-vereador Renato Freitas (PT) se encontra neste sábado (24) com o Papa Francisco em Assis. Cassado por ter entrado na Igreja do Rosário em fevereiro, durante uma manifestação antirracista, o que supostamente configuraria quebra de decoro, segundo seus colegas de Câmara, Renato é agora candidato a deputado estadual.
No encontro com o Papa, além de denunciar o racismo de que foi vítima e a situação de outros parlamentares negros que estão sendo perseguidos no Brasil, Renato entregará ao Papa uma carta redigida pelos seus advogados denunciando as ilegalidades e a perseguição de que foi vítima.
A audiência de Renato Freitas com o Papa em certo sentido é um tapa na cara dos vereadores curitibanos que cassaram o colega petista. Depois da entrada de Renato na Igreja do Rosário, construída originalmente por escravos no século 18, até o padre do local e a Cúria da Arquidiocese de Curitiba pediram que o vereador não fosse cassado. Isso não foi suficiente para convencer os vereadores que se denominam cristãos, e que foram os mais importantes no processo de cassação.
Agora, o próprio líder da Igreja Católica aceitou conversar com Renato Freitas – algo que dificilmente será repetido com um dos outros vereadores da cidade, nem mesmo com os que se dizem mais ortodoxos.
Supremo
Ao mesmo tempo, Renato espera uma decisão do Supremo Tribunal Federal que pode lhe devolver o mandato na Câmara e permitir que ele esteja elegível (a cassação em tese cassou seus direitos políticos até 2032). A defesa do petista levou o caso a Brasília depois de uma derrota no Tribunal de Justiça do Paraná.
A Reclamação levada ao STF está com o ministro Luís Roberto Barroso, à espera de uma liminar. Caso não consiga a liminar, Renato continuará disputando a eleição, mas seus votos estarão subjudice.
Fonte: Redação Jornal Plural