Cerca de 50 pessoas participaram de um protesto contra a intolerância religiosa na tarde desta sexta-feira (28), em frente ao centro de umbanda Cachoeirinha de Xangô, localizado na Vila Guarujá, na região central de Londrina. O movimento foi desencadeado após uma lata de tíner com um pavio aceso ter sido atirado no imóvel de madeira, que por sorte não foi incendiado.
Segundo Cláudia Augusto dos Santos, a Mãe Iyá Ikandayo, é necessário que as autoridades deem uma resposta para o caso. “Quem é o culpado? Estamos hoje no espaço onde sofremos um atentado de homicídio. Ninguém joga sem querer uma lata de tíner com pavio aceso sobre uma residência de madeira. Ninguém ateia fogo em um ser que é seguidor de religião de matriz africana sem querer”, criticou.
“Vamos levar esses boletins de ocorrências e essas denúncias ao MPPR (Ministério Público do Paraná) e se for necessário nos reuniremos novamente para realizar um ato pacífico, porque não adianta falar em consciência negra apenas no dia 20 de novembro, porque nossas consciências negras trabalham 365 dias no ano. Elas levantam corpos adoecidos com rezas. Nossa religião é de agregação e não de segregação. Chega de injustiça contra nosso povo”, destacou.
Ela criticou o fato de igrejas que não são de matriz africana terem o direito de usar guitarras e os cultos de matriz africana, que só possuem os atabaques, “terem suas vozes silenciadas”. “Querem calar as nossas vozes. Por que temos que fazer nossos cultos em silêncio, quando outros espaços neopentecostais têm livre direito de culto religioso. Em 2015 faleceu uma yalorixá dentro de um posto de saúde, porque se recusou a tirar seu fio sagrado e com isso ela não foi atendida e veio a óbito.”
Fonte: Portal Bonde