A Associação Médica de Londrina expressou, por meio de nota, sua preocupação com o Projeto de Lei nº 522/2022, que pretende transferir a respondabilidade da gestão dos HUs (Hospitais Universitários Estaduais) das instituições de ensino superior para a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde).
A proposta tem causado reações adversas por parte das universidades e de órgãos ligados à saúde pública. Protocolado pelo governador Ratinho Júnior (PSD) no dia 30 de novembro, o PL tramita em regime de urgência e cria a Gestão dos Hospitais Universitários Estaduais, autorizando as universidades e a Secretaria de Estado da Saúde a firmarem convênio com fundações na gestão das unidades de saúde.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (5), a Associação Médica de Londrina informa que vê a iniciativa com preocupação, uma vez que esta “pode causar sérios prejuízos à saúde e ao ensino médico na cidade no médio e longo prazos”.
Segundo o documento, o HU da UEL (Universidade Estadual de Londrina) é um centro de pesquisa que atende pacientes de média e alta complexidade e é, também, o local de formação dos novos médicos matriculados no curso da instituição de ensino superior.
“Com a gestão sendo feita por uma fundação, e não a própria universidade, não há garantias de que o investimento em ensino e pesquisa seguirão a contento, podendo reduzir drasticamente a verba de importantes estudos”, afirma a Associação.
A nota informa, ainda, que tirar a gestão hospitalar do HU da UEL pode levar à redução dos investimentos em pesquisa, o que prejudica a instituição de saúde no que se refere à inovação e à formação de novos profissionais.
Para a Associação, um assunto de “tão grande amplitude e importância não pode ser votado sem uma discussão com a sociedade e classe médica, ouvindo diferentes vozes e opiniões para não causar prejuízos no futuro, não devendo ser votado em regime de urgência”.
Fonte: Redação Bonde