Aeronautas cruzam os braços das 6h às 8h, e paralisação impacta operação de aeroportos de todo o país. Greve deve continuar
Aeroportos do país voltaram a registrar atrasos e cancelamentos de voos no terceiro dia de greve de aeronautas, nesta quarta-feira (21/12).
No terminal de Congonhas, em São Paulo, há pelo menos três atrasos e sete cancelamentos no início desta manhã. Há, ainda, uma série de voos programados para sair, mas sem atualização sobre o embarque. Em Guarulhos, são dois atrasos registrados até o momento.
No Rio de Janeiro, o Aeroporto Santos Dumont também sofre com os impactos da greve. Até o momento, há registro de pelo menos seis cancelamentos e quatro atrasos em voos nacionais. A paralisação também afeta a operação do Aeroporto Internacional do Galeão, na capital carioca.
No Aeroporto Internacional de Brasília, quatro voos com partidas previstas da capital federal para Guarulhos, Confins, Congonhas e Santos Dumont atrasaram. Sete chegaram com atrasos ao DF.
Além da paralisação, o mau tempo em algumas regiões do país impactam a operação dos aeroportos.
Em nota, a Infraero informou que, na manhã desta quarta-feira, “foram registrados nove atrasos e 12 cancelamentos de voos no Aeroporto de Congonhas, e 14 atrasos e 19 cancelamentos no Aeroporto Santos Dumont”.
“Para informações sobre os motivos dos atrasos e cancelamentos desses voos, orientamos contato com as empresas aéreas, uma vez que nem todos têm relação com a paralisação dos aeronautas”, acrescentou.
Greve já dura três dias
Desde segunda-feira (19/12), aeronautas têm paralisado as atividades das 6h às 8h. Os trabalhadores pedem recomposição de perdas inflacionárias, melhorias nas condições de trabalho, definição dos horários de início de folgas, entre outras reivindicações.
No Distrito Federal, nessa terça (20/12), a greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) reuniu um grupo de manifestantes, entre pilotos, copilotos e comissários de bordo, na entrada do setor de embarque doméstico do Aeroporto Internacional de Brasília.
Na segunda-feira (19/12), alguns aeroportos brasileiros, como em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro, tiveram voos atrasados e até cancelados. No Galeão e no Santos Dumont, no Rio, houve filas por causa da greve. Só no Santos Dumont, dois voos acabaram cancelados e cinco registravam atrasos pouco antes das 8h.
O mesmo ocorreu em Guarulhos e Congonhas, ambos em São Paulo. No total, Guarulhos chegou a ter 10 voos atrasados, e Congonhas, 16.
Em Brasília, pela manhã, houve quatro voos atrasados e um cancelado.
Greve pode continuar
Em nota, o Sindicato Nacional dos Aeronautas avaliou que o movimento do segundo dia de greve foi positivo, dentro dos limites determinados pela Justiça. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que 90% da categoria deve continuar trabalhando.
“A greve continua amanhã, no mesmo horário, a não ser que as empresas apresentem uma proposta para renovação da convenção coletiva da categoria”, informou a entidade em nota.
O que diz a Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) orienta que “o passageiro prejudicado pelas consequências da greve procure individualmente as companhias aéreas para obter informações sobre voos atrasados e remarcação”.
Em nota, a Anac acrescentou que “está monitorando a situação e impactos possíveis na operação do país”.
A agência publicou uma lista de deveres das companhias aéreas em relação aos efeitos da greve.
Veja quais são:
1 – Manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados;
2 – Informar imediatamente a ocorrência do atraso, do cancelamento e da interrupção do serviço;
3 – Oferecer, gratuitamente, de acordo com o tempo de espera, assistência material;
4 – Oferecer reacomodação e reembolso integral, cabendo a escolha ao passageiro, quando houver atraso de voo superior a 4h ou cancelamento.
Se a demora do voo chegar a 1h, o passageiro tem direito a comunicação, via internet ou telefone. Caso ocorram duas horas de atraso, ele também deve ter direito a alimentação. Atrasos de quatro horas ou mais dão o direito a hospedagem, se ocorrer pernoite no aeroporto.
Fonte: Redação Metrópoles