O deputado Renato Freitas (PT) se tornou nesta semana alvo de mais uma denúncia na Assembleia Legislativa do Paraná. Dessa vez, quem fez a representação contra o petista foi o deputado Tito Barichello (União). Segundo ele, Renato quebrou o decoro parlamentar durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na segunda (24).
Policial Civil, Barichello, que se apresenta como “Delegado Xerifão”, alega que Renato ofendeu o deputado Marcio Pacheco (PP) durante a reunião da CCJ. Além disso, o delegado cita como motivos para o pedido de cassação de Renato o fato de o deputado ter chamado mais uma vez o presidente da CCJ (e ex-presidente da Assembleia) Ademar Traiano (PSD) de corrupto; e um empurrão dado por Renato em um assessor parlamentar.
Tito é um antigo adversário de Renato Freitas na Assembleia. O petista por várias vezes já teve discussões com o delegado, em geral relativas à segurança pública. Renato critica duramente a atuação violenta da PM, que desde o início do governo Ratinho Jr. (PSD), que desde 2019 já matou mais de 2,3 mil pessoas. Tito, por outro lado, defende a atuação das polícias.
Confusão
A confusão na CCJ começou quando Renato Freitas ia iniciar a leitura de um voto em separado. Segundo ele, um assessor de Marcio Pacheco começou a fazer gracinhas e caretas. Renato tirou satisfações com o assessor, perguntando por que ele estava “fazendo mímica e rindo”, e exigiu respeito.
Marcio Pacheco disse que o assessor era de seu gabinete e disse que Renato “não mandava na CCJ”. “Baixa a tua bola, deputado”, disse ele para Renato, que subiu de tom e chamou Pacheco de “coronelzinho”.
Com o clima já exacerbado, Traiano decidiu aproveitar a deixa para retomar sua antiga rixa com Renato Freitas. Da cadeira de presidente da CCJ, ameaçou Renato dizendo que o deputado devia respeitar os colegas. “Aqui não tem coronelzinho, tem deputado”, disse ele. Em seguida, fez uma ameaça velada ao petista. “Eu conheço sua história, tenho sua ficha.”
A sessão seguiu tumultuada, e teve inclusive a prisão de uma mulher que estava assistindo à sessão e que defendeu Renato Freitas, dizendo que o assessor de Pacheco “ria como um macaco”. Embora o assessor fosse branco, Tito Barichello deu ordem de prisão à mulher afirmando que se tratava de um caso de racismo.
A representação contra Renato Freitas será agora analisada pela Mesa Diretora da Assembleia e pode chegar ao Conselho de Ética. Caso seja aberta uma investigação, a punição pode variar de advertência até a cassação do mandato.
Fonte: Jornal Plural