Espaço, ocupado por mais de setenta famílias, enfrenta diversos problemas de infraestrutura agravados após queima de casas
O Centro Cultural Kaingang de Londrina foi afetado por um novo incêndio no último dia 4 de agosto, resultando na destruição de diversas casas e na falta de produtos básicos de sobrevivência. O Centro Indígena, agora, se empenha para arrecadar doações destinadas à revitalização do espaço. É possível contribuir com qualquer quantia através do QRCODE:
Para além das contribuições em dinheiro, o Centro também está recebendo doações de alimentos essenciais. Itens como arroz, feijão, macarrão, molho de tomate, fubá, farinha de milho, trigo, mandioca, leite, açúcar, café, óleo, biscoitos, pães, proteína, legumes e verduras são bem-vindos. O ponto de arrecadação é no Canto do Marl, na Av. Duque de Caxias, nº 3241, das 9h às 17h.
Centro Kaingang
O incêndio não fez senão agravar a situação da comunidade, que já enfrentava desafios quanto à habitação. A maioria das moradias foi construída a partir de materiais reciclados, como madeirite e lonas. Elverson Vireira, indígena da etnia Guarani, alertou para a precariedade das habitações, em constante ameaça de incêndio, tendo em vista o uso de fiação não recomendada. Além disso, inúmeros barracos ainda não foram reconstruídos, e em muitos residem mais de uma família.
O acesso à infraestrutura básica no Centro Cultural Kaingang, localizado na Avenida Dez de Dezembro, também é insuficiente. “Atualmente somos mais de setenta famílias que fazem uso de um único banheiro para tomar banho, e com falta de saneamento básico”, disse Vireira.
Também não há espaço de lazer para as crianças. Para acessar esses espaços, os pequenos precisam percorrer um trajeto por ruas e avenidas.
A assistência de saúde à comunidade é oferecida, atualmente, pela UBS Vila Brasil, operada pela Secretaria de Saúde de Londrina. “Mas algumas famílias não vão ao atendimento, talvez pela dificuldade de comunicação e falarem mais a língua Kaingang. Porém o atendimento é apenas agendado e para se dirigir às UPA [Unidade de Pronto Atendimento] é difícil, o deslocamento e assim preferem ir à UBS [Unidade Básica de Saúde] do Apucaraninha”, acrescenta.
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão.