A próxima edição do encontro, segunda-feira (17), terá a defesa de dissertação de mestrado da gestora Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Fátima Beraldo
Na segunda-feira (17), às 14h, a Prefeitura de Londrina recebe a defesa de dissertação de mestrado da gestora municipal de Promoção da Igualdade Racial, Fátima Beraldo. A atividade fará parte da edição especial do Café com RH, “As Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Prefeitura de Londrina”. Todos os servidores são convidados a participar da apresentação, no auditório da Prefeitura. O endereço é Avenida Duque de Caxias, 635.
O Café com RH é um projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos (SMRH) e que integra o Programa de Atenção ao Servidor Municipal. Os encontros mensais reúnem representantes das secretarias, autarquias e fundações, para troca de informações e atualização. “Em cada edição, são selecionadas temáticas específicas com bastante demanda e interesse por parte dos servidores municipais. Os encontros têm como público-alvo os apontadores das secretarias e órgãos municipais e demais interessados nas temáticas de cada encontro”, explicou o coordenador de Políticas de Pessoal da SMRH, Edgar Hudson Douglas Duarte Alves.
Segundo Alves, um dos temas de discussão propostos pelo Café com RH é “Inclusão Social, diversidades e racismo”, tratado em conjunto com o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial. “E no próximo encontro, teremos o privilégio de receber a defesa de dissertação de Mestrado da servidora Fátima Beraldo, gestora Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Essa edição também é direcionada aos servidores municipais, porém aberta ao público”, disse.
Com o tema “Contribuições do Movimento Negro de Londrina na formulação de políticas públicas”, a pesquisa de Beraldo foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e orientado pela doutora Ângela Maria de Sousa Lima.
A gestora municipal de Promoção da Igualdade Racial citou que a proposta do trabalho era destacar o protagonismo do Movimento Negro de Londrina na formulação das políticas públicas. “A primeira ideia era trazer à reflexão o desencadeamento de ações que são norteadas no interior do debate do Movimento Negro e que estimulam atividades, projetos e políticas voltadas à promoção da igualdade racial e melhoria da qualidade de vida da população negra em Londrina. Isso a partir do olhar de uma pessoa que atua com políticas de igualdade racial, que é do Movimento Negro e, no momento, faz a interlocução dessas políticas na cidade”, contou.
A pesquisa documental é embasada em um referencial teórico composto, majoritariamente, por mulheres negras. “Conceição Evaristo é o grande suporte da pesquisa, com seu aporte teórico. Parto da trajetória de uma mulher negra, e utilizo a escrivivência, ferramenta criada por Evaristo, enquanto professora, militante e estudante. O estudo é qualitativo e sustentado por essa revisão bibliográfica de mulheres negras, como Beatriz Nascimento, Cida Bento, Sueli Carneiro, Lélia Gonzales, Maria Carolina de Jesus, Nilma Lino Gomes, Luiza Bairros. Utilizo alguns tópicos de intelectuais negros, como Abdias Nascimento”, citou Beraldo.
O Movimento Negro de Londrina se originou juntamente com a formação da cidade, com seus primeiros grupos de moradores pioneiros. Deles, se destaca Cipriano Manuel, que foi motorista de Arthur Thomas, diretor-gerente da Companhia de Terras Norte do Paraná. “Quando Cipriano Manuel vem a Londrina atuar como motorista do mister Thomas, já começou um movimento na cidade, porque não havia atividades, os clubes eram só para brancos. Como as pessoas negras não podiam entrar, ele fundou clubes para negros. E a importância de falar do protagonismo negro na cidade, temos na praça Primeiro de Maio homenagens aos pioneiros de Londrina e nenhum deles é negro. Sendo que Cipriano também era negro e chegou aqui em 1934. Essa pesquisa também é um pouco disso, falar do protagonismo e tirar desse silenciamento, apagamento e ocultação da população negra”, ressaltou a mestranda.
A secretária municipal de Recursos Humanos, Julliana Faggion Bellusci, citou que a dissertação poderá ampliar ainda mais a aproximação da Prefeitura com a UEL, com ganhos para os servidores dos dois órgãos. “A Fátima tem feito um trabalho incrível em relação ao combate do racismo e promoção da igualdade racial. E fez uma pesquisa com dados que extraiu na Prefeitura; e esses dados podem ser utilizados a nosso favor para a gente fazer nosso trabalho que é essa política pública que queremos, pautada no respeito. Essas e outras ações serão apresentadas na pesquisa, inclusive em parceria com a UEL, com cursos que a instituição vai fornecer para seus servidores e para a Prefeitura. A gente montou uma grande força tarefa com tudo isso, aproximando as duas maiores instituições públicas da cidade”, afirmou.
Para Bellusci, também é muito importante que a Prefeitura valorize a produção acadêmica de seus servidores, principalmente as que pesquisam temáticas que envolvam a atuação do poder público. “Quando a gente vê trabalhos bons que são feitos com nossas informações, queremos dar esse espaço para realmente utilizar em nosso favor, pois só temos a ganhar”, concluiu.
Fonte: Blog Prefeitura de Londrina