O coletivo Mulheres do Vista Bela (Mubive), antiga Amvibe, está arrecadando roupas para a promoção de um bazar beneficente. O objetivo é vender as roupas a preços acessíveis dentro do próprio bairro e reverter a renda para as 30 famílias atendidas pelo coletivo.
Rita de Cássia Lemos, líder do Muvibe, explica que o bazar é uma tentativa de lidar com a queda nas doações. De acordo com ela, a maior parte das famílias atendidas tem cinco integrantes e em todas há adolescentes.
“Nós somos aquele tipo de organizadoras que acreditam na dignidade e queremos a satisfação, a alegria no nosso público-alvo. Nossa intenção não é apenas ter um bazar de quebrada, o intuito é oferecer peças boas que essas meninas e mulheres gostariam de ter e não têm condições a preço acessível. E consequentemente, a renda será revertida para as demandas das famílias atendidas”.
Rita pede conscientização das pessoas doadoras para que as peças entregues estejam em boa qualidade e explica como o acesso a esse bem vestir melhora a qualidade de vida das pessoas na periferia.
“Ter uma roupa agradável, limpa, acessível reflete na autoestima, na saúde mental, na hora de ir pra escola, para um curso, faculdade, uma entrevista de emprego, uma festa – enfim, para a vida”, destaca a liderança.
Quem puder doar para o bazar do Muvibe deve entrar em contato com a Rita pelo WhatsApp (43) 99933-8877.
Espaço de acolhimento
Além da venda de roupas a preços acessíveis e da reversão da renda para o atendimento de famílias em vulnerabilidade, o bazar traz outro benefício, segundo Rita: criar um espaço de acolhimento para essas pessoas.
“A gente sabe que esse contato, pelo menos com as famílias que a gente tem acesso, de ouvir, de conversar, da pessoa se sentir acalentada, ter essa acolhida… Às vezes está com um pouquinho de dinheiro, mas ela compra uma pecinha de roupa ali e já se sente acariciada. Então tem muitos fatores”.
O bazar do Muvibe já existiu no passado, mas as ativistas precisaram do espaço e acabaram fechando. Agora, esperam que ele seja duradouro e amenize as dificuldades de arrecadação.
“Tem gente que doa roupa rasgada, roupa velha, encardida. Você tem que ver as coisas que a gente acha no meio das doações… Tem gente que vai descartar aquilo e manda para o bazar porque é para o pobre. Não é esse o intuito. O intuito é trazer um sentimento de satisfação, de empatia, de acolhimento”, finaliza Rita.
Fonte: Rede Lume de Jornalistas