Dona de borracharia chegou a demitir dois funcionários na tentativa de driblar as dificuldades. Aditivo adiou entrega da obra para julho do próximo ano.
Renata Cazado é dona de uma borracharia na avenida Leste-Oeste. O estabelecimento fica a poucos metros do local onde, há mais de dois anos, está sendo construída uma trincheira, bem no cruzamento com a avenida Rio Branco. A execução dos trabalhos veio acompanhada de muitos transtornos para quem trabalha ou mora no entorno. Teve comerciante, inclusive, que decidiu mudar de endereço para escapar dos problemas. Numa loja de carros, no quarteirão ao lado do da borracharia, uma faixa anuncia que as atividades foram transferidas para a rua Brasil justamente por conta dos transtornos causados pela obra.
Renata conta que, no início, tentou entender as dificuldades, sabendo que a obra pública, depois que ficasse pronta, iria trazer melhorias ao trânsito de veículos no trecho. O problema é que o serviço não anda, e o que era para ser temporário, parece que nunca vai chegar ao fim.
Segundo a empresária, o movimento de fim de ano, tão esperado pelos comerciantes, no estabelecimento dela passa longe de ser realidade. O número de clientes caiu 60% desde o início das obras. Renata também já precisou demitir dois funcionários na tentativa de driblar as dificuldades.
A trincheira da Leste-Oeste com a Rio Branco é a principal obra pública em execução na cidade. A construtora responsável vai receber 33 milhões de reais pelas obras, 8 milhões de reais a mais na comparação com o montante original previsto em contrato. O incremento foi garantido por aditivos autorizados pela prefeitura, o último deles de mais de meio milhão de reais. Os processos também deram mais prazo para que a empresa conclua as obras. Agora, ela tem até julho do próximo ano para entregar a intervenção pronta. Desde o início dos trabalhos, a terceirizada enfrenta muitas dificuldades para cumprir o cronograma. Na segunda-feira, por exemplo, cerca de 80 operários cruzaram os braços pela falta de pagamentos. Eles receberam os valores ainda na segunda e, nesta terça-feira, já estavam de volta ao canteiro de obras. A lentidão para a execução da obra é acompanhada pela prefeitura, que garante estar fiscalizando o serviço. A Renata tem medo de que novos adiamentos sejam autorizados, jogando a entrega da obra só para 2024.
Fonte: Redação CBN Londrina