Técnica pedagógica da Secretaria de Educação foi indicada pela secretária Leandre Dal Ponte
Depois de muita polêmica na Secretaria de Mulheres e Igualdade Racial do Paraná, Ratinho Jr. anunciou a escolha da técnica pedagógica Clemilda Santiago Neto para assumir a diretoria de Igualdade Racial. Segundo o governo do Estado o nome foi indicação da secretária da pasta, deputada Leandre Dal Ponte (PSD), que não dá entrevistas em nome do Governo do Estado até assumir o cargo oficialmente.
Neto e Dal Ponte conversaram nas últimas semanas para alinhar o cargo em meio a muitos protestos dos movimentos de mulheres negras, que reivindicam representatividade na Secretaria.
Na última semana uma carta do movimento de mulheres negras indicando a advogada Mariana Lopes (PSB) chegou a circular pelas redes sociais, mas não foi o suficiente para convencer a secretária e o governador.
Santiago vai responder pela diretoria que envolve questões de igualdade racial, povos indígenas e comunidades tradicionais, ‘minorias’ que não costumam ser o foco da gestão de Ratinho Jr. O Fundo Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundeppir) sofreu um corte de 57%, de R$ 1,2 milhão para R$ 500 mil. Políticas Públicas da Mulher perdeu R$ 180 mil da verba prevista em 2022.
Neto, que é licenciada em história pela UEPG, atua no departamento de diversidade e direitos humanos da Secretaria Estadual de Educação (Seed) e já foi presidente do Conselho de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Paraná.
Apesar do anúncio feito pelo Governo do Estado, ela só deve ser nomeada para o cargo no mês que vem, possivelmente no mesmo dia em que a secretária Dal Ponte assume a pasta oficialmente.
A deputada assume o mandato no dia 1 de fevereiro e pedirá licença para comandar a secretaria. Embora tenha dito que só anunciaria a equipe após ser nomeada, a crescente cobrança após a sequência de nomeações estapafúrdias do governador pode ter adiantado o processo.
Relembre
Ao anunciar a criação da pasta de voltada para mulheres e pessoas racializadas, Ratinho Jr. manteve o padrão que dá o tom do primeiro escalão do governo e nomeou Rogério Carboni, um homem branco para o cargo.
Com a péssima repercussão, ele recuou e anunciou Dal Ponte, que é branca para a pasta, mas não pararam as polêmicas. Dias depois foi publicada a nomeação do deputado cassado por propagação de fake news, Fernando Francischini (União Brasil). Uma nova reação dos movimentos sociais fez com que o governador realocasse o amigo em um cargo de comissão na Secretaria de Justiça.
Fonte: Redação Plural