Investigação imparcial e uso de câmeras corporais por policiais e nas viaturas foram defendidas durante sessão plenária na tarde de ontem, terça-feira (18/02), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A colocação foi feita pelo deputado Arilson Chiorato (PT), líder da Bancada da Oposição, após mais um caso de violência envolvendo policiais.
Dois jovens, de 16 e 20 anos, foram mortos no último sábado (15), após abordagem policial, em Londrina. Os policiais disparam 15 tiros de fuzil contra o carro em que as vítimas estavam. O veículo era considerado suspeito, o que teria motivado a ordem de parada. O caso gerou revolta entre moradores e 17 protestos foram registrados em diferentes pontos da cidade.
“Primeiro, eu me solidarizo com as famílias das vítimas, com as mães. Estamos vivendo um momento muito delicado na segurança pública. Precisamos tanto dos parlamentares, quanto do Governo para resolver o problema da segurança pública e da violência durante as ocorrências policiais”, ressaltou durante a sua fala na tribuna.
O líder da Oposição usou dados do relatório do Ministério Público, divulgado no final de janeiro deste ano, para embasar sua observação. De acordo com o documento, o Paraná registrou 433 confrontos envolvendo policiais e guardas municipais no ano passado, que resultaram em 413 mortes e 109 feridos.
“No caso de Londrina há indícios de que tenha ocorrido excesso de violência policial. Precisamos que esses crimes sejam investigados com imparcialidade, e para que isso aconteça, as polícias Civil e Científica precisam realizar um trabalho autônomo”, frisou.
Outro ponto, na avaliação do deputado Arilson, é a necessidade do uso de câmeras corporais por policiais e câmeras nas viaturas. “Isso permitiria termos um espelho das ocorrências. Esses equipamentos não são para punir o bom policial, ao contrário, vão trazer segurança durante as ocorrências. Além disso, não podemos deixar de avaliar as condições de trabalho e a saúde mental desses policiais”, observou.
“Temos policiais bons e policiais ruins, assim como em qualquer profissão. Porém, o fato é que os números indicam uma crescente escala da violência policial, e o Governo do Paraná precisa parar para analisar isso. A responsabilidade é do Governo, sim, do governador e do secretário de Segurança Pública. Este problema precisa ser trazido à tona e resolvido”, enfatizou.
Fonte: Assessoria Parlamentar