Uma nova assembleia foi agendada para o dia 23 com intuito de organizar a paralisação
Em assembleia realizada na última quarta-feira (26), docentes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) deliberaram, em votação unânime, pela mobilização da categoria na próxima quarta-feira (dia 2 de abril) e paralisação das atividades no dia 29.
Desde 2015, o dia 29 de abril tornou-se um marco para o funcionalismo paranaense. Nesta data, servidores estaduais, na maioria profissionais da educação, acompanhavam em frente à ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná) a votação de projeto que alterava o custeio da ParanáPrevidência.
Sob ordens do governador Beto Richa (PSDB) e coordenação do, então, secretário de Segurança, Fernando Francischini (PSL), policiais militares atacaram os manifestantes com bombas, balas de borracha e gás de pimenta.
O episódio ficou conhecido como o “Massacre de 29 de Abril” ou a “Batalha do Centro Cívico”, por conta de mais de 200 pessoas feridas, episódio pelo qual nenhum agente do estado foi responsabilizado.
As ações integram a campanha salarial 2025, que tem como foco a data-base e a recuperação integral das perdas salariais, atualmente acumuladas em 47%.
Lorena Portes, professora do departamento de Serviço Social da UEL e presidenta eleita do Sindiprol/Aduel, entidade que representa docentes da UEL, explica que a decisão foi tomada após relatos da reunião do FES (Fórum das Entidades Sindicais), momento em que foi definido o plano de lutas para 2025, sendo a reposição salarial uma das prioridades elencadas.
Ainda, a deliberação considerou o balanço do encontro entre lideranças do FES e da SEAP (Secretaria de Estado de Administração e Previdência) para discutir as principais reivindicações do funcionalismo paranaense, no último dia 28 de fevereiro.
Conforme informado pelo Portal Verdade, os representantes do Palácio do Iguaçu se comprometeram a levar as reivindicações dos servidores para a Casa Civil (relembre aqui).
Também, de acordo com Portes, o posicionamento ocorre após reuniões do CSD (Comando Sindical Docente) que reforçaram a urgência do pagamento da data-base.
“O elemento central que vai organizar toda essa mobilização e a paralisação é a reivindicação pela nossa reposição linear anual que deve ser paga, um direito constitucional, e que já chegamos em uma marca de 47% de defasagem salarial”, diz.
Uma nova assembleia foi agendada para 23 de abril com intuito de organizar a paralisação do dia 29.
“Aproveitamos e convidamos os docentes para poder participar desse processo de organização, de mobilização política, e que participem também das atividades que serão realizadas no dia 2 de abril. Nós realizaremos uma panfletagem expondo todo esse quadro de defasagem salarial e faremos uma abordagem nos nove centros da UEL para poder conversar com os professores, entregar o material e construir esse processo de mobilização e de organização para o dia 29 de abril”, ela complementa.
Reunião com docentes temporários
Também nesta quarta-feira (2), o Sindiprol/Aduel promove reunião com professores admitidos por contratos temporários. O encontro ocorre a partir das 17h, na sala 683 do CECA (Centro de Educação, Comunicação e Artes).
Entre as pautas que serão debatidas pela categoria estão a sobrecarga de trabalho e o assédio moral.


Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.