Dono da madeireira Berneck também financia a campanha do presidente Jair Bolsonaro
O empresário Gilson Mueller Berneck, dono da conhecida indústria madeireira Berneck, doou R$ 100 mil para campanha de Ratinho Jr (PSD). Essa é uma das maiores doações privadas para o candidato à reeleição ao governo do Paraná. O mesmo valor foi doado também de José Borges Gonçalves, que investiu R$ 240 mil nas campanhas de seis políticos de direita no Paraná, entre eles Ratinho, o candidato ao Senado Paulo Martins (PL) e o candidato a deputado federal Ricardo Barros (PP).
A Berneck cria painéis de madeira e possui unidades industriais em três estados: Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. Em 2007, uma fazenda da empresa no Mato Grosso foi alvo de uma operação do grupo especial de fiscalização móvel de Combate ao Trabalho Escravo, que libertou 47 trabalhadores (incluindo duas mulheres) que trabalhavam sem receber salário regular há dois anos. De acordo com o site da empresa Berneck, esta fazenda no Mato Grosso é uma “unidade agropastoril, com cultivos florestais de Teca e indústria para o beneficiamento desta nobre madeira”.
Após essa operação, a Berneck foi obrigada a pagar R$ 264 mil para rescindir o contrato e pagar os danos morais. O procurador Sandro Sardá estabeleceu que cada trabalhador deveria ter recebido R$ 1.500 de indenização.
Por conta disso, em 2008, a empresa de Berneck foi incluída na ‘lista suja’ do Ministério do Trabalho, que reúne todas as empresas que contratam trabalhadores em situação análoga à escravidão. No ano seguinte, por liminar concedida pela Justiça, o nome da empresa foi excluído da lista, decisão que foi posteriormente confirmada.
Bolsonaro
Além de apoiar a campanha de Ratinho Jr, o empresário do setor madeireiro também doou R$ 20 mil para campanha de Reinhold Stephanes Junior (PSD), candidato ao Congresso que na última quarta-feira (7) participou do ato pró-Bolsonaro em Curitiba onde vários manifestantes exibiram cartazes elogiando a intervenção dos militares e o fechamento do STF.
Berneck também financiou a campanha de reeleição de Bolsonaro com R$ 100 mil. O presidente é visto como um “amigo” dos interesses dos madeireiros. Nos últimos quatro anos, Bolsonaro favoreceu o desmatamento da Amazônia e de outros biomas e afrouxou as regulamentações ambientais..
Uma política mais restritiva sobre o desmatamento da Amazônia poderia prejudicar tanto as empresas que atuam no setor madeireiro quanto as que atuam na pecuária. O corte de grandes quantias de árvores é utilizado para criar novas pastagens, onde se pode criar gado.
Em 2012, Gilson Mueller Berneck também apareceu na lista do MPF do Mato Grosso dos “proprietários” de fazendas com áreas embargadas pelo IBAMA (em razão de desmatamento da Floresta Amazônica e /ou outros ilícitos ambientais) que movimentaram gado bovino para abate” na região e que comerciavam com importantes frigoríficos e abatedouros do país.
Naquela ocasião, o MPF não encontrou irregularidades na gestão da empresa de Becker e, posteriormente, não realizou novas investigações.
Fonte: Redação Jornal Plural