Projeto privilegia uma entidade única e permite a oferta de apenas três modalidades: programação, garçom e confeiteiro
Em carta aberta de denúncia, o Fórum Paranaense de Educação de Jovens e Adultos – do qual a APP-Sindicato faz parte – critica duramente consulta realizada pelo governo do Estado com escolas de Curitiba e Região Metropolitana para implantar mudanças no terceiro módulo do Novo Ensino Médio, baseadas em um convênio com o Senac para a qualificação profissional.
No documento, o Fórum cobra esclarecimentos sobre a parceria com a entidade privada, reitera os princípios que regem a EJA e elenca diversas contrariedades à proposta apresentada às direções escolares.
Embora reconheça a importância da qualificação, o Fórum denuncia que o projeto privilegia uma entidade única e permite a oferta de apenas três modalidades: programação, garçom e confeiteiro. A restrição engessa o currículo e, conforme o documento, “a possibilidade de
nossos(as) estudantes escolherem outra área de seu real interesse e da garantia de formação técnica na etapa do ensino médio.”
Outros problemas elencados são a redução do acesso ao conhecimento formal e histórico, a necessidade de deslocamento dos(as) estudantes para outro local, os potenciais prejuízos à alimentação escolar, o risco de exclusão de grupos sociais marginalizados(as), a falta de informações sobre o financiamento do projeto e o enfraquecimento dos vínculos dos(as) estudantes(as) com a escola, entre outros.
“Além desses problemas mencionados, podemos citar muitos outros, os quais denunciamos desde 2018, como a proposta atual da modalidade, a retirada da matrícula na organização individual, a criação de uma formatação pronta, acabada e enrijecida, o que se torna uma barreira para muitos/as trabalhadores/as estudantes, além de não se levar em conta as suas reais necessidades”, acrescenta a carta.
O Fórum finaliza o documento defendendo políticas públicas de formação inicial e permanentes de educadores(as) da EJA, bem como a necessidade de ampliar qualitativa e significativamente a oferta da modalidade, priorizando as séries iniciais e assegurando a continuidade de estudos “até que sejam alcançadas as metas de superação do analfabetismo e universalização da educação básica”.
Fonte: APP-Sindicato