Durante a 20ª Jornada de Agroecologia, no dia 23, está organizada nova caminhada massiva do campo e cidade
Dia 23 de novembro, às 14 horas, durante a 20ª Jornada de Agroecologia, está prevista nova caminhada massiva com o tema “Marcha da Agroecologia: Por Terra, Teto, Trabalho, Alimento Saudável e Soberania Popular”, reunindo as representações do campo e da cidade das cerca de 367 áreas em risco de reintegração de posse no Paraná.
A marcha anterior havia sido no dia 24 de outubro, com participação de cerca de mil pessoas.
O objetivo neste momento é voltar a ter mesa de negociação com governo do Paraná, Ministério Público, Defensoria Pública do Estado, entre outros. A ausência sensível nesses espaços têm sido da prefeitura de Curitiba. O foco dessa agenda são as áreas que, passada a pandemia, apresentam maior risco de despejos, no caso da Tiradentes II (CIC) e Britanite (Tatuquara).
Em 2022, ocorreram as jornadas de lutas por Terra, Trabalho e Teto, que reuniram até quatro mil moradores de ocupações. O lema atual durante o evento da Jornada de Agroecologia é “Terra, Teto, trabalho, Comida e Agroecologia – Só a luta pode garantir nossos direitos até a marcha povo de luta”.
Roberto Baggio, coordenador estadual do MST, que aponta participação de cerca de 2 mil agricultores no ato, resume que a conjuntura nacional é de reconstrução do país, e os desafios para o povo são a conquista do direito ao trabalho, à moradia e à alimentação. “Momento importante de dialogar no sentido do acesso a políticas públicas para ocupações em áreas urbanas”, aponta.
Pedro Carrano, integrante da campanha Despejo Zero e da Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT), afirma que é preciso “romper o cerco” do risco de despejo. “Estamos nos fortalecendo em nossa organização, na unidade entre áreas e movimentos, e temos condições de sair da defensiva e propor uma pauta, um projeto que avance para o acesso à moradia digna e regularização das áreas. É preciso ganhar a maioria da sociedade pra essa causa. Estamos no caminho certo”, afirma.
Já Sylvia Malatesta, integrante da coordenação do Movimento Popular por Moradia (MPM), ressalta a importância da reflexão sobre a soberania alimentar aliada ao direito à moradia, o que desenha a bandeira do direito às cidades “A marcha dos movimentos urbanos durante a Jornada de Agroecologia mostra a necessária unidade entre os temas da soberania alimentar e do direito a moradia para os trabalhadores, na construção do direito às cidades. Impedir os despejos é um passo essencial dessa luta”, coloca.
A ordem é ninguém ser despejado
No dia 13 (segunda), houve reunião entre integrantes da campanha Despejo Zero e parlamentares da oposição.
A ideia central é criar uma conscientização junto à sociedade para que nenhuma área seja despejada no Natal e início de 2024. Ao lado disso, pressionar o poder público e garantir nova audiência em dezembro desde órgãos nacionais, caso da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), até a Defensoria Pública do Estado, Ministério Público e Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça. A avaliação geral é da necessidade de aprofundamento de canais de nagociação para conflitos fundiários, no âmbito estadual e nacional.
Fonte: Brasil de Fato