Levantamento realizado pelo jornal O Globo mostra que o perfil da maioria das pessoas presas, acusadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em função dos atos golpistas de 8 de janeiro e com ações penais tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), é de homens brancos, casados, autônomos e de baixa renda.
Segundo a análise, 65,45% são homens e 34,54%, mulheres. Aqueles que se identificam como brancos somam 55,55% e 43,75% são pretos ou pardos.
Os profissionais autônomos são 43,2% dos presos. Outros 18,7% declararam estar desempregados, enquanto 11,6% disseram ter um trabalho registrado sob o regime CLT. Os aposentados somam 3,3% do total.
Ensino e renda
A maioria dos acusados (42,2%) tem até o ensino médio completo e 18,6% possuem o ensino superior completo. Aqueles que ganham até um salário mínimo (R$ 1.518) são 46,43% dos envolvidos, enquanto os que recebem entre um e dois salários mínimos (R$ 3.036) por mês somam 33,96%.
Conforme o levantamento, 41% dos presos informaram ter recebido o auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. sobre o estado civil, 48,08% são casados, enquanto 33,3% são solteiros e 16,95%, divorciados.
Os números coletados apontam ainda que os envolvidos nos atos golpistas vêm principalmente das regiões Sul e Sudeste. Os estados de São Paulo, com 296 pessoas, e de Minas Gerais, com 170, lideram o ranking.
Idade
Em relação à idade, somente 1,93% têm entre 18 e 24 anos e apenas 1,19% têm 65 anos ou mais.
A maioria se enquadra no segmento entre 45 e 54 anos, que concentra 36,16%. A faixa dos 55 aos 64 anos reúne 26,47% e a que compreende o bloco daqueles que têm 35 a 44 anos somam 23,86%.
A questão etária foi lembrada, durante o julgamento da aceitação ou não da denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele contestou o que chamou de narrativa a respeito de “senhorinhas com a Bíblia na mão”.
Fonte: Revista Fórum