Neste último sábado (6), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) deu início ao 3º Encontro Nacional “Nalu Faria” em Natal, no Rio Grande do Norte. Nalu Faria foi coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres e integrante da Sempreviva Organização Feminista. Enfrentando um quadro de insufiência cardíaca, a psicóloga e importante liderança na luta pelos direitos das mulheres no Brasil, faleceu em outubro do ano passado.
O evento reúne mais de mil mulheres de 23 estados brasileiros. A abertura contou com a participação de militantes da MMM nacional e de importantes figuras internacionais, como Yildiz Temürtürkan e Pinar Yüksek, da Turquia, e Alejandra Laprea, da Venezuela, representando as Américas no Comitê Internacional da MMM. Também estiveram presentes autoridades de movimentos sociais aliados.
A delegação de Londrina foi representada por Vera Luci, da Frente Antirracista de Londrina, e Sandra Rocha, diretora da Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTQIA+ da APP Sindicato Londrina. Ambas destacaram a importância de estar presentes em um evento tão significativo.
Para Vera Luci, a participação no encontro fortalece o trabalho da Frente Antirracista e dos movimentos sociais. “É fundamental estar em um evento dessa magnitude, com mulheres de todo o Brasil, para fortalecer nosso trabalho e acreditar que é possível avançar com o feminismo socialista”, afirma Vera.
Os encontros anuais, realizados anteriormente, em 2006 e 2013, visam discutir a 6ª Ação Internacional do movimento, programada para 2025, além de abordar temas como feminismo antipatriarcal, anticapitalista e antirracista, inspirados pelo legado da militante Nalu Faria.
Sandra Rocha destaca o longo envolvimento da APP Sindicato com a Marcha Mundial das Mulheres. Desde 2007, o Sindicato participa da organização da MMM. “Sendo um sindicato majoritariamente feminino, nossa presença nos debates sobre a condição da mulher na sociedade e a luta por seus direitos é essencial”, explica Sandra.
A sindicalista também menciona os desafios enfrentados pela categoria, como a agenda da extrema direita que afasta o debate de gênero das escolas e a violência persistente contra as mulheres. Além disso, a autonomia salarial das professoras é frequentemente prejudicada, com punições relacionadas à maternidade e ao cuidado com os filhos.
“Nossa participação é uma manifestação do compromisso contínuo da categoria com a promoção dos direitos das mulheres e a luta pela igualdade de gênero”, concluiu Sandra.
A programação segue até esta terça-feira (9). Mais informações podem ser verificadas no site: https://www.marchamundialdasmulheres.org.br/
Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.