Para reduzir a fila, a Educação faz busca ativa de famílias de crianças que não estão indo às unidades, na tentativa de cobrir vagas
Durante as férias escolares da rede municipal de ensino, a secretaria de Educação de Londrina deu início a um trabalho de busca ativa para tentar reduzir a fila de espera por vagas em creches, que chega a aproximadamente 2.700 crianças, entre zero a três anos. Atualmente, o município atende cerca
de seis mil crianças nesta faixa etária. Com a volta às aulas a partir desta terça-feira (26) para 46 mil alunos matriculados nas escolas do município, a intenção é que algumas vagas possam ser cobertas, reduzindo gradativamente a lista de espera.
“Muitas famílias matricularam seus filhos no começo do ano, mas as crianças não compareceram às unidades escolares. Estamos ligando para essas famílias e se, porventura, algumas abrirem mão da vaga, seja por motivos de mudança ou outros, a gente chama o próximo da lista”, comenta a secretária municipal de Educação em exercício, Mariangela Bianchini.
Ela explica que as crianças de zero a três anos frequentam os CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) e CEIs (Centros de Educação Infantil) conveniados com a prefeitura em período integral e demandam um atendimento maior em relação à estrutura física e também de profissionais. “Tem uma liberação municipal que é reduzida no sentido do número de crianças que podem ser atendidas por turma, considerando o metro quadrado e número de professores. Isso gera uma lista de espera”, diz.
E neste ano, em especial, Bianchini observa uma mudança de comportamento das famílias. “A lista de espera aumentou bastante a partir do mês de abril, de forma bem extraordinária. Normalmente, temos uma grande procura no final de cada ano, visando o próximo ano letivo. Mas acho que por conta da pandemia (de coronavírus), muitas famílias tiveram que se reorganizar, algumas perderam os avós que cuidavam da criança, perderam o emprego ou tiveram uma redução no salário e agora estão precisando
recorrer a uma vaga na unidade pública”, comenta. Em setembro de 2021, a fila por uma vaga em creches de Londrina era de aproximadamente 700 crianças.
Construção de CMEIs
Em uma das maiores creches do município, o CMEI Valéria Veronesi, na área central, o número de alunos à espera por vaga passa de 280. Segundo Bianchini, a secretaria vem trabalhando para a redução dessa lista de espera de forma gradativa “porque precisamos de mais espaço físico. Temos a previsão de ampliação de salas em algumas unidades de educação infantil, assim como a ampliação de parcerias com outras instituições filantrópicas e construção de novas creches. A expectativa é construir novos três CMEIs em 2023″.
Com a busca ativa em andamento, a secretaria espera “liberar” algumas vagas em breve. “Durante o recesso, fizemos o levantamento e agora estamos entrando em contato com as famílias. Acreditamos que nos próximos dias podemos falar com as novas famílias que aguardam vagas. Não dá para estimar ainda o número de vagas que podem ser liberadas, mas é uma forma de reduzir esse número de crianças que precisam delas”, diz. As famílias que desejam cancelar a matrícula das crianças de zero a três anos na rede municipal, podem entrar em contato diretamente com a unidade escolar.
Resgate de alunos
Desde 2019, a secretaria municipal de Educação realiza o trabalho de busca ativa e acompanhamento de alunos da educação infantil, séries iniciais do fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos) que, por alguma razão, enfraqueceram seus vínculos com as escolas. Em 2021, dos quase três mil alunos nessa situação, as equipes formadas por professores mediadores conseguiram recuperar 96,8% dos alunos, reduzindo a evasão escolar.
No primeiro semestre de 2022, cerca de 1.500 famílias foram visitadas pelas equipes de mediação e deste total, 924 crianças retornaram para as salas de aula. “Esse trabalho já virou uma rotina para nós. O trabalho do professor mediador é fazer esse resgate das crianças que, eventualmente, não vêm para as unidades escolares. Já diminuímos muito o número de crianças que estão afastadas, até por conta da volta do ensino presencial, mas a gente ainda faz as visitas nas casas e os resultados têm sido positivos”, comenta Bianchini.
Fonte: Folha de Londrina