Estatística da PRF mostra que primeiro semestre deste ano tem 6,5% mais casos fatais que igual período de 2023
O primeiro semestre deste ano está mais violento nas rodovias federais que cortam o Paraná. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou aumento de 6,5% de mortes em sinistros de trânsito nas rodovias paranaenses no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
E os casos de colisões frontais e atropelamentos são os casos que mais chamam a atenção neste ano.
Os caso das colisões frontais estão diretamente ligados à alta registrada no estudo. Foram 93 casos registrados pela PRF no semestre, contra 74 no mesmo período de 2023, uma diferença de 19 ocorrências. No total de mortes em acidentes nas rodovias foram 278 neste ano contra 261 no ano passado, a diferença é de 17 casos.
As colisões frontais são um tipo de acidente causado predominantemente pelas ultrapassagens proibidas ou forçadas e pelo excesso de velocidade.
As colisões frontais são o sétimo tipo de sinistro mais frequente (aproximadamente 7% das ocorrências), mas responde por 1/3 das mortes registradas no estado. A maior parte dessas colisões (54%) aconteceram em trechos sem duplicação, com o fluxo de ambos os sentidos dividindo a mesma pista.
Outro tipo de sinistro que preocupa a PRF são os atropelamentos: 48 pedestres morreram atropelados, 9 a mais do que no primeiro semestre de 2023. Usuários mais frágeis do trânsito, os pedestres estão ainda mais fragilizados nas rodovias pela velocidade mais alta do que a do trânsito urbano.
PRF reforça fiscalização nas rodovias
A PRF reforçou a fiscalização de ultrapassagens proibidas e de excesso de velocidade diante do quadro fatal, realizando, além do trabalho ordinário, comandos direcionados a estas infrações. Como resultado, houve um aumento de 5,3% dos flagrantes de ultrapassagens proibidas e de 3,5% nos flagrantes de condutores circulando com velocidade acima da permitida.
“A maioria dos sinistros fatais de trânsito atendidos pela PRF são perfeitamente evitáveis porque estão ligados ao comportamento humano, a atos de imprudência. Entre as principais causas estão, sempre, o excesso de velocidade, as ultrapassagens malsucedidas e a desatenção”, avalia o superintendente da PRF no Paraná, Fernando César Oliveira.
“Trechos críticos de rodovias existem, sim. Mas o que mais mata no trânsito são as condutas críticas, independentemente das condições da pista e do clima.”
Apenas nesta metade de 2024, a PRF no Paraná fez 10.496 autuações em veículos que estavam com seus equipamentos obrigatórios em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Efeitos: um acidente a 100 km/h
Para exemplificar o potencial de dano, à velocidade de 100 km/h o corpo humano passa a se comportar como tendo um peso 28 vezes maior. Assim, no caso de uma desaceleração brusca os órgãos sofrem danos severos, pois tendem a continuar na mesma trajetória e velocidade. Nas colisões frontais, pelo somatório de energia dos veículos, os danos tendem a ser de maior gravidade.
Para reduzir mortos e feridos é indispensável que os motoristas tenham um comportamento de segurança nas rodovias, respeitando as normas de trânsito. Para o condutor que já segue essas regras, a PRF recomenda que adote um comportamento defensivo: sempre que avistar outro condutor em ultrapassagem, mesmo que proibida, diminua a velocidade e, se necessário, desloque-se mais para a direita da via.
Antes de realizar ultrapassagens, o condutor deve observar se tem velocidade suficiente para concluí-la com segurança, se não existe outro veículo que já tenha iniciado a mesma manobra atrás e sinalizar com as luzes do veículo: utilizando a seta de direção e piscando o farol para o condutor que vai à frente. Para maior segurança, os condutores devem também optar por ultrapassar apenas um veículo por vez.
Já os atropelamentos de pedestres estão diretamente ligados à falta de uma condição básica de segurança no trânsito das rodovias: ver e ser visto. A luminosidade natural da luz solar fornece uma condição em que tanto os condutores quanto os pedestres conseguem assimilar os riscos e adotar comportamentos para evitar sinistros. Das 48 mortes neste tipo de sinistro, 40 ocorreram durante a noite ou em horários em que o sol está nascendo ou se pondo.
Fonte: Bem Paraná