O número de mortes decorrentes de intervenções policiais (MDIP) em Londrina aumentou 69% no passado. Foram registrados 49 óbitos durante ações das forças de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal) em 2024 contra 29 no ano anterior. A informação foi repassada à Rede Lume pelo promotor de Justiça Ricardo Casseb Lois, que integra o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Paraná (MPPR).

No dia 22 de janeiro, o MPPR havia divulgado os dados estaduais, mas, devido a uma mudança de metodologia, o órgão ainda não tinha separado as mortes por município.
Proporcionalmente, o crescimento dos casos fatais em Londrina é bem maior que no Paraná. As mortes em todo o estado passaram de 348 para 413 de 2023 para o ano passado, o que representa um aumento de apenas 19%.
“Nós já tínhamos a percepção de que as mortes voltaram a crescer no ano passado. Infelizmente, são estatísticas que nos assustam. Precisamos refletir sobre o que significa essa política de segurança pública que tem ceifado a vida de tantos jovens em nossa cidade”, afirma a representante do Movimento Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta, Haydee Melo. O movimento reúne familiares e amigos de pessoas mortas pela polícia.
Ela reforça que a adoção de câmeras corporais pelos agentes de segurança é a principal medida que o Poder Público pode tomar para que haja uma redução na letalidade policial. “A gente vê pela experiência de outros estados onde as câmeras foram adotadas que as ocorrências diminuem.”
O movimento, segundo Melo, também reivindica que os agentes de segurança sejam obrigados a realizar exames toxicológicos periodicamente. E que o Estado realize forças-tarefas para investigar os casos de mortes decorrentes de atuação das forças de segurança.
Fonte: Rede Lume de Jornalistas