Neste sábado (22), estreia a oitava temporada do Programa Aroeira, às 12h, na Rádio UEL (Universidade Estadual de Londrina). Idealizado em 2018, pelo setor de comunicação da Assuel Sindicato (Sindicato dos Técnicos-administrativos da UEL), o programa fincou raízes com apresentação de matérias e entrevistas sobre o mundo do trabalho, angariou audiência e tem garantido um horário importante na grade de programação da emissora.
A jornalista, apresentadora e editora do Aroeira, Elsa Caldeira, acredita que o sucesso do programa se deve às pautas. “Quando começamos, os sindicatos estavam realizando greves gerais contra as reformas trabalhista e da previdência. Os trabalhadores não queriam perder seus direitos, por isso foram às ruas e nós estávamos lá. Essa foi principal marca do Aroeira, porque ampliou as vozes das categorias”, lembrou Caldeira que na época contava com 30 minutos da programação.
Laurito Porto Lira, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região e coordenador do Coletivo de Sindicatos de Londrina, destaca que o papel do Aroeira vai além das pautas sindicais. ” Estamos falando de um canal de comunicação não-hegemônico que tem promovido debates nos campos político, social e econômico da cidade, sempre ouvindo os mais prejudicaDos pelo sistema, e é isso que nos orgulha e queremos ampliar cada vez mais”, disse Lira.
A história do programa
A primeira edição do Aroeira foi ao ar no dia 07 de julho de 2018. O programa nasceu com o objetivo de apresentar a luta do sindicato pela melhoria do trabalho dos servidores da UEL. Em 2020, a Assuel fez parceria com o Sindiprol/Aduel e as matérias passaram a trazer informações sobre a luta dos docentes da universidade, promovendo a união entre os dois sindicatos e unificando a luta pelos direitos dos servidores da UEL.
Com o passar dos anos, o Aroeira foi se tornando uma referência dos movimentos sociais da cidade, deixando assim de ser um programa específico sobre a luta sindical, se tornando cada vez mais a voz das comunidades periféricas. “ O Aroeira representa muito por amplificar a voz de quem está na ponta tentando mobilizar, promover justiça social, agregando pessoas, ideias, trazendo novas perspectivas de futuro para sociedade londrinense de uma maneira mais igualitária”, destacou a coordenadora do Coletivo Conexões Lua Gomes.
Outro ponto de destaque do Aroeira são as colunas gravadas por representantes de vários segmentos da cidade, sempre em defesa dos trabalhadores. Um exemplo é o professor de direito da UEL, Reginaldo Melhado que participou durante quatro anos no programa com a “Matula do Direito” e o jornalista Fábio Silveira por cinco anos com a coluna “Aparte”. “Temos muita gratidão e orgulho pela participação destes e outros excelentes profissionais que passaram pelo programa e que certamente contribuíram muito para chegarmos até aqui”.
Estreias para 2025
Para 2025 estão previstas as estreias de novas colunas como “ O Conto do Locco” como João Gomes Filho, a esportiva “ LEC” com Alisson Poças, “ De igual pra Igual” com coletivo de Direitos Humanos de Londrina e a coluna “Insubmissível” com Ursula Brevilheri, a primeira estudante trans que se tornou mestra em Sociologia pela UEL. Outra novidade é a participação da jornalista e socióloga Franciele Rodrigues nos comentários das principais matérias.
A partir deste ano o Aroeira passa a ser um programa do Coletivo de Sindicatos de Região. Segundo a editora, a ideia é experimentar uma linguagem nova, mais solta para alcançar as comunidades periféricas. “ Vamos deixar o roteiro pronto de lado e investir numa apresentação mais leve, com improvisos, mais humor e principalmente com entrevistas de sindicalistas e pessoas das comunidades, nos protestos e eventos que costumam realizar, sempre com denúncias, visando colaborar para que os trabalhadores lutem por seus direitos”. explicou.
Estagiários
Neste novo modelo, o programa abre espaço para a participação de alunos do curso de jornalismo da UEL, em que estes estagiários vão aprender a fazer reportagens e entrevistas dentro e fora do estúdio. “Queremos dar oportunidades para os futuros jornalistas, possibilitando que eles possam conhecer mais sobre a luta dos trabalhadores, a importância dos sindicatos e realidade das comunidades periféricas, saindo assim da zona de conforto. A proposta é colaborar na preparação destes futuros profissionais no enfrentamento contra a extrema-direita que sempre esteve do lado oposto à luta da classe trabalhadora”, finalizou.