Movimento Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta pede justiça e o fim da impunidade para casos de violência policial
Nesta quinta-feira (15), famílias de jovens mortos pela polícia protestam em memória de Davi Ferraz, Francisco Dias e Gabriel Sartori. A manifestação é organizada pelo Movimento Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta. O ato será na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Desembargador Clotário Portugal, Vila Recreio, perto da Casa do Bom Samaritano, a partir das 17 horas.
Os adolescentes Davi Gregório Ferraz dos Santos, de 15 anos, e Gabriel Sartori, de 17 anos, foram mortos em ações policiais. O primeiro, em 15 de junho do ano passado, e o segundo, no mesmo dia, há seis anos.
O protesto marca também um ano da morte de Francisco Luciano Dias, de 29 anos, que faleceu em 30 de maio de 2022. O local escolhido para a manifestação é exatamente onde Davi foi morto.
O protesto irá reunir familiares, amigos e todos aqueles que se opõem às abordagens agressivas da Polícia Militar. Os manifestantes reivindicam o fim da impunidade para casos de violência policial e o fortalecimento de mecanismos de controle e transparência, como exames toxicológico nos policiais e câmeras nas fardas e viaturas.
Hayda Melo, empresária e integrante do movimento Justiça por Almas – Mães em Luto na Luta, pontua: “No ponto que chegou a cidade de Londrina, o correto é vir uma força tarefa de fora pra investigar mais a fundo cada caso. Há muitas dúvidas na perícia e relatos dos policiais, mas a delegacia de homicídios fica investigando a vida privada das vítimas, ao invés de investigar a vida dos réus que são assassinos, independentemente de serem policiais”.
Hayda Melo perdeu o filho, William Júnior, de 18 anos, no dia 6 de maio de 2022, durante uma abordagem policial.
Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Paraná, foram registradas 50 mortes em incidentes envolvendo agentes de segurança em Londrina apenas no ano passado. É a segunda cidade do Paraná onde policiais mais vitimaram civis, atrás apenas de Curitiba (121).
Ao todo, 488 mortes foram registradas no estado em 2022.
Ainda de acordo com o Gaeco, a maioria das vítimas era parda (247), seguida por brancas (203) e negras (33). Além disso, grande parte das vítimas tinham de 18 a 29 anos (289).
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão