Ação ocorre em Curitiba e Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira (9)
A Polícia Federal (PF) do Paraná deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), uma operação contra crimes envolvendo contratos públicos nos Portos do Paraná. A ação ocorre em Curitiba e Rio de Janeiro.
Conforme a PF, os valores teriam vindo de obras feitas nos Portos do Paraná, principalmente no Porto de Paranaguá, com desvio de licitações no serviço de dragagem do Canal da Galheta, em 2008. Leia mais abaixo.
Segundo a PF, as investigações começaram em 2021, depois da Operação Daemon contra um esquema de pirâmide financeira no mercado de criptomoedas.
Na época a polícia apurou crimes também de fraudes praticadas em processo de recuperação judicial das empresas do grupo investigado
Naquela operação, um dos interrogados falou que operava o esquema com dinheiro de um empresário de Curitiba, que foi também superintendente da empresa estatal responsável pela administração dos Portos do Paraná, de 2003 a 2008.
O nome do empresário não foi oficialmente divulgado.
Em nota, a atual gestão da Portos dos Paraná informou que a investigação se refere a contratos públicos do período de 2003 a 2008, que foram encerrados há mais de uma década.
“Desde 2019, quando a atual gestão assumiu a direção da empresa, a transparência e publicidade dos contratos, das contas públicas e de todos os atos administrativos junto aos órgãos de controle são constantes e permanentes”, finaliza a nota.
A operação desta quinta apura os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e de associação criminosa.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e 13 mandados de sequestro de bens, expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
Desvio de dinheiro público
A PF identificou que o empresário recebeu e manteu oculto, de 2009 a 2017, em uma instituição financeira da Áustria, mais de R$ 5 milhões de reais e que pertenciam, de fato, ao ex-agente público.
Depois, o dinheiro foi disponibilizado ao investigado na primeira operação, de 2021, que se apropriou e desviou os valores. Por conta disso, conforme a PF, ele foi cobrado e ameaçado de 2018 a 2021, e realizou operações financeiras de lavagem de dinheiro para restituir os valores ao ex-superintendente.
A polícia apurou ainda que a lavagem dos recursos ocorreu com o uso de familiares do ex-servidor público. Ele, o empresário, esposa e dois filhos realizaram operações ilegais de câmbio, movimentação de valores em espécie, depósitos fracionados e transferências bancárias com apresentação de justificativas falsas, conforme explicou a PF.
Depósitos
A PF apurou também que obteve provas junto a bancos da Áustria e dos Estados Unidos que revelaram que, em 2009, uma companhia holandesa realizou três pagamentos em favor da conta administrada pelo empresário. O total dos depósitos somou quase R$ 3 milhões, e tinham como destinatário o ex-superintendente dos Portos do Paraná.
Ainda conforme a investigação, a empresa estrangeira havia recém celebrado contrato público e aditivos com a estatal administradora dos portos, em valor superior a R$ 30 milhões, para execução de serviços de dragagem no Canal da Galheta, em Paranaguá/PR.
Fonte: G1