Categoria aprovou novas pautas em defesa de melhores condições de trabalho e direitos sindicais
Em assembleia realizada na última quarta-feira (11), docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) deliberaram, de forma unânime, pela inclusão de novas demandas na campanha de recuperação das perdas salariais. A principal reivindicação é a equiparação do piso salarial dos professores das universidades estaduais do Paraná, atualmente em R$ 3.607,51, com o piso do magistério da educação básica, que hoje é de R$ 4.581,54. A diferença chega a R$ 947 por mês.
A categoria considera que os professores universitários devem ter equiparação salarial junto aos profissionais que lecionam na educação básica, buscando a valorização da carreira docente, cuja atratividade tem diminuído nos últimos anos.
“É uma injustiça que o docente do ensino superior, receba menos do que o professor da educação básica. Isso reflete uma distorção no reconhecimento do trabalho acadêmico”, explica Cesar Bessa, professor e diretor do Sindiprol/Aduel.
Bessa enfatiza que, caso a correção seja aplicada, as perdas salariais desde janeiro de 2016 seriam neutralizadas para especialistas, mestres e doutores, enquanto os graduados ainda enfrentariam uma defasagem de aproximadamente 8,9%.
“Se fizermos uma análise mais profunda, a referência salarial de 2016 era a melhor que tínhamos em termos de poder de compra. Se atualizarmos o salário de agora para o mesmo patamar, zeraríamos nossas perdas, exceto, para os professores com graduação, que ainda ficariam com essa defasagem de quase 9%”, explica.
Outra pauta aprovada foi a luta pelo fim do controle de ponto docente, tanto impresso quanto virtual, considerado inadequado para a categoria. Segundo o professor, o controle do trabalho acadêmico deveria ser feito com base em resultados e metas de atividades, como ocorre em outras instituições de ensino superior.
“O ponto docente é uma ficção, não representa a realidade do trabalho que desenvolvemos. Nas universidades federais e em outras estaduais, o ponto já foi abolido, e está mais do que na hora da UEL seguir esse exemplo”, diz.
Além disso, foram aprovadas outras duas pautas importantes. A primeira foi a eleição da professora Lorena Portes como delegada para o 15º Conad Extraordinário do Andes-SN, que ocorrerá entre os dias 11 e 13 de outubro. Ela já participa de grupos de trabalho sobre carreira docente, o que, segundo os docentes, a torna uma representante qualificada para contribuir com as discussões do evento.
A última decisão da assembleia foi relacionada à luta pela retirada de uma cláusula antissindical nos contratos de professores temporários, que impede a participação desses profissionais em atividades sindicais, como greves. Essa cláusula, de acordo com os docentes, é baseada em uma legislação da época da ditadura militar e não possui validade constitucional atualmente.
“Não podemos aceitar que, em pleno 2024, docentes sejam impedidos de exercerem seus direitos sindicais com base em normas ultrapassadas e inconstitucionais”, finaliza Bessa.
Matéria da estagiária Joyce Keli sob supervisão