Já na antiguidade o homem percebeu que a exposição solar de longa duração causava danos à pele como vermelhidão e queimaduras e buscou encontrar meios de se proteger dos efeitos nocivos do sol. Os egípcios (4000 a.C.) já usavam uma mistura de jasmim, tremoço e extratos de arroz como tentativa de fotoproteção e clareamento da pele.
Os gregos (800 a 500 a.C.) usavam uma mistura de azeite de oliva e areia sobre a pele durante as olimpíadas, como forma de se proteger de queimaduras durante os jogos. Na era moderna o protetor solar surgiu em grande escala comercial nos Estados Unidos, em 1944, criado por Benjamin Greene. A necessidade de comercializar o filtro solar veio durante a 2° Guerra Mundial, porque os soldados tinham queimaduras severas na pele, por causa da exposição intensa ao sol. Ele criou o primeiro protetor solar corporal, que era feito à base de petróleo, era viscoso e possuía a cor avermelhada. A marca que produziu o primeiro protetor solar chamava Coppertone.
Hoje sabemos que existem dois tipos de raios ultravioleta que danificam a nossa pele, eles são: UVA e UVB. O raio UVA é responsável pelo aspecto de bronzeamento, rugas e manchas de pele. O raio UVB produz a vermelhidão na pele, esse é o raio mais perigoso, pois está associado com ao risco de câncer de pele. Para produzir um bom filtro solar é preciso misturar as propriedades químicas e físicas, assim é possível proteger-se contra os raios UVA e UVB.
O FPS (atualmente indicado em todos os protetores), que significa Fator de Proteção Solar, é um índice que avalia o tempo que a pele pode se expor ao sol sem produzir vermelhidão ou não oferecer nenhum risco. Sabemos que leva tempo para que a pele fique avermelhada, é por isso que os protetores solares usam o FPS como medida e orientação de proteção a exposição ao sol.
Por exemplo: FPS 15 diz que você poderá se expor ao sol 15 vezes mais tempo. Ou seja, para cada 1 minuto no sol com seu protetor solar FPS 15, você estará 15 minutos mais protegido, desde que você o aplique de forma correta. Quanto maior o FPS do protetor solar, maior o intervalo de reaplicação. Se você pretende passar muitas horas ao sol ou tem a pele muito clara, utilize produtos com FPS mais altos.
O protetor deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida.
O filtro solar deve ser usado diariamente, mesmo quando o dia estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens. É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados.
O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.
Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Bom verão com fotoproteção a todos.
Texto: Dermatologista Dra. Lígia Márcia Martin