Tarcísio Freitas, Romeu Zema e Cláudio Castro também reclamam de decisão federal; polícia paranaense matou 1,9 mil pessoas desde 2019
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), assinou junto com três outros governadores integrantes do Cosud (Conselho de Desenvolvimento do Sul e Sudeste) uma nota contestando o decreto do presidente Lula que limita o uso de armas pelas polícias em todo o território brasileiro. Segundo a nota, o decreto federal seria uma “ingerência” de Brasília na política de segurança pública dos estados.
A nota vai assinada também pelos governadores Tarcísio Freitas, de São Paulo; Cláudio Castro, do Rio de Janeiro; e Romeu Zema, de Minas Gerais. Os governadores dos três outros estados do Cosud (Renato Casagrande, do Espírito Santo, Jorginho Mello, de Santa Catarina, e o gaúcho Eduardo Leite) não são signatários do documento.
Ratinho Jr. comanda hoje uma das polícias mais violentas do Brasil. Nos primeiros cinco anos em que esteve à frente do governo, a Polícia Militar do Paraná matou mais de 1,9 mil pessoas, supostamente todas em confrontos ou situação de legítima defesa. O número equivale a quase 400 mortes anuais, mais de uma por dia. Ainda não foram divulgados os dados relativos a 2024.
O decreto presidencial define alguns limitadores para o uso de armamento letal por parte de policiais. Como regra principal, determina que as armas de fogo devem ser usadas apenas como “último recurso” pelos agentes de segurança pública, mas também define algumas outras imposições, como a proibição de atirar contra carros que furem bloqueios policiais.
A edição do decreto vem depois de um aumento expressivo no número de mortes causados por polícias militares em estados como São Paulo, Paraná e Bahia. Casos como o do policial que atirou um homem de uma ponte e a morte de uma criança de quatro anos causaram comoção no país.
Fonte: Jornal Plural