Durante entrevista ao programa Meio Dia Paraná, Ratinho revelou todo o seu despreparo e desprezo pelos servidores(as) públicos(as)
Desacostumado a ser confrontado pela imprensa, Ratinho Junior deixou cair a máscara nesta quinta-feira (15).
Questionado na sabatina da RPC pela jornalista Carolina Wolf sobre os gastos com a desastrosa terceirização dos(as) funcionários(as) de escola, o candidato à reeleição acusou a categoria de apresentar atestados médicos falsos.
“Por que você não colocou aí o custo que nós temos com 30% dos funcionários que apresentavam atestado médico, que na sua grande maioria não estavam doentes”, disparou.
Trata-se de uma mentira escandalosa. Uma afronta à dignidade dos(as) trabalhadores(as) e à inteligência dos(as) paranaenses, que merece repúdio de toda a sociedade e retratação pública e imediata.
Sem apresentar qualquer prova, Ratinho acusou publicamente os(as) servidores(as) de cometerem crime de uso de documento falso, tipificado no artigo 304 do Código Penal. Indiretamente, as acusações infundadas se estendem também aos(às) médicos(às) que teriam cometido o crime de Falsidade de Atestado, que tem pena de detenção de um mês a um ano, mais multa.
Acostumado à vida fácil que o sobrenome lhe confere, o governador não faz a menor ideia do que é trabalhar em uma escola pública. Não sabe o que é passar o dia esquentando a barriga no fogão, limpando dúzias de salas de aula e banheiros e atendendo milhares de estudantes e familiares.
Ainda assim, se julga mais capacitado do que os(as) médicos(as) do Estado para avaliar a saúde física e mental dos(as) trabalhadores(as), profundamente deteriorada pelas políticas desastrosas do seu governo.
Vale frisar que Ratinho sucateou o Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) e transformou a perícia médica em um agravante. Basta pisar em uma escola pública para constatar. Muitos(as) preferem trabalhar doentes para não passar pelo extenuante processo de avaliação.
Terceirizados(as) sequer têm o direito a adoecer, uma vez que são demitidos(as) sumariamente pelas empresas contratadas a peso de ouro com o dinheiro dos paranaenses.
O governador foi além: disse que o Estado gasta demais com ações trabalhistas movidas por PSS, o que justificaria a terceirização. A verdadeira resposta de Ratinho Junior está nas entrelinhas: se o seu governo sofre com ações trabalhistas, é porque viola a Lei e desrespeita direitos. Se o adoecimento é um problema, acaba-se com o direito a adoecer.
A APP-Sindicato repudia veementemente a fala do candidato e estuda as medidas judiciais cabíveis diante das mentiras e acusações aos(às) valorosos(às) trabalhadores(as) da educação.
Temos orgulho de servir à população do Paraná e vergonha do atual governo. Ele passará, nós ficaremos.
Fonte: Redação App Paraná