O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), foi um dos sete governadores de estado a participar neste domingo (6) do ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato pedia a anistia para as pessoas que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro – e indiretamente, anistia para o próprio Bolsonaro, réu por tentativa de Golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal.
Até aqui, Ratinho vinha evitando participar de manifestações do gênero. Na manifestação anterior, em Copacabana, no Rio de Janeiro, por exemplo, o governador do Paraná não compareceu. Dessa vez, no entanto, esteve ao lado de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e Ronaldo Caiado (União), de Goiás.
Ratinho deu declarações à imprensa chamando de “descabidas” as sentenças aplicadas contra os manifestantes que pediam um Golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal em Brasília, promovendo uma quebradeira generalizada e pedindo a intervenção dos militares no país.
Segundo declarações dadas por Ratinho a repórteres durante as manifestações deste domingo, uma anistia aos criminosos do 8 de janeiro “pacificaria o país” e seria “muito importante”. Até aqui, o governador paranaense pouco vinha se manifestando sobre a situação.
Pré-candidato à Presidência da República em 2026, Ratinho evitou dar declarações sobre sua pretensão de suceder Lula (PT). No entanto, sua aparição no protesto da direita tem um tom nitidamente eleitoral. Todos os candidatos que pretendem herdar os votos de Bolsonaro, declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), têm tentado se aproveitar das manifestações promovidas pelo ex-presidente.
Sobre o processo enfrentado pelo próprio Bolsonaro, acusado pela Procuradoria-Geral da República de cinco crimes, incluindo Golpe de Estado e Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, Ratinho tem dito unicamente que a ação deveria ser julgada pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma, como vem acontecendo. Essa tem sido uma constante dos aliados de Bolsonaro, que veem num julgamento em plenário maiores chances de uma absolvição.
Na semana passada, Ratinho recebeu Bolsonaro para um almoço no Palácio Iguaçu. Acompanhado pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, Bolsonaro viajou a Curitiba e a Londrina para promover a pré-candidatura do deputado federal Filipe Barros (PL) ao Senado.
Fonte: Jornal Plural