A expectativa era de que apresentação da contraproposta acontecesse até o fim de agosto. Retomada da greve não está descartada
Segue a luta de docentes das sete universidades estaduais do Paraná pela aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). O Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, havia anunciado que o plano de carreira seria apresentado ainda em agosto, mas até o momento isso não aconteceu.
“Realmente fica uma frustração muito grande, porque o governo se prontificou a apresentar uma contraproposta ao plano de cargos e salários frente à proposição da APIESP [Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público] que foi capturada pela Seti e até agora não temos nada por parte do governo em termos de resposta oficial. A única coisa que tivemos conhecimento é que estava na Casa Civil e que os estudos foram agora para a Procuradoria do Estado do Paraná, mas não foi apresentado”, explica Cesar Bessa, presidente no Sindiprol/Aduel.
A reestruturação é considerada uma alternativa para amortizar parcialmente as perdas salariais acumuladas pela categoria nos últimos sete anos. Em junho, os professores suspenderam o movimento grevista unificado considerando o indicativo da Seti (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) de que Ratinho Júnior (PSD) daria andamento à tramitação.
“Nós estávamos numa greve, pleiteando uma reposição salarial no patamar dos 42% para o mês de maio, o governo enviou uma proposta para ALEP [Assembleia Legislativa do Paraná] destinada ao reajuste salarial de todos os servidores do Executivo do estado do Paraná na ordem 5,79% apenas, ou seja, uma fração insignificante à defasagem salarial. Mas de forma concorrente a este salário, uma proposta de alteração no plano de cargos e salários que beneficiam professores no montante de 14,5%. Com isso, os professores acabaram suspendendo a greve em curso e lá para cá ficamos aguardando o encaminhamento do PCCS”, disse Bessa durante entrevista concedida ao programa Aroeira, em 19 de agosto.
No último sábado (2), em nova conversa com os jornalistas Elsa Caldeira e Guilherme Bernardi, a liderança explicou que o secretário sugeriu uma nova reunião ontem, segunda-feira (4), mas de acordo com o Comando Estadual de Greve, o encontro foi desmarcado “com a alegação de que ainda não teria sido finalizada a contraproposta”.
Com o intuito de atualizar o professorado sobre o andamento das tratativas, a assembleia docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), inicialmente agendada para o mesmo dia foi adiada para a próxima quarta-feira, dia 6 de setembro.
O encontro ocorre no Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) a partir das 13h30. Sem plano de carreira para ser apreciado, a assembleia avaliará a tramitação do documento e o retorno da categoria à greve. “Pode ser retirado um novo indicativo de greve e ela ser deflagrada em assembleia posterior”, acrescenta.