Pela segunda vez em cinco meses, a Prefeitura de Londrina atualizou o preço da tarifa técnica que é repassada por passageiro às duas empresas que operam o transporte coletivo na cidade. O valor atualizado agora é de R$ 8,49 para a área um, de responsabilidade da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina), e R$ 8,03 para a Londrisul, que administra a área dois.
A diferença deste montante em relação ao que o usuário paga, hoje R$ 5,75, é bancada integralmente pelo município com recurso público, ou seja, R$ 2,74 e R$ 2,28, respectivamente.
Em setembro do ano passado, o poder público londrinense já havia alterado a remuneração de R$ 6,74 para R$ 6,96. A prefeitura justificou o novo aumento pela “necessidade de manutenção do equilíbrio econômico e financeiro dos contratos de concessão e, consequentemente, do próprio sistema de transporte público coletivo”.
O decreto – publicado no primeiro dia de fevereiro – com a mudança na tarifa técnica é assinado pelo prefeito Marcelo Belinati e retroativo a 1º janeiro deste ano. No documento, que a FOLHA teve acesso, o chefe do Executivo municipal também sustentou o término de repasses da União às concessionárias. Em 2022 o Governo Federal concedeu uma assistência financeira, em caráter emergencial, a ser utilizada para auxílio no custeio do serviço.
A decisão do município ainda considerou a retomada da cobrança dos impostos federais PIS e Cofins que havia reduzido a zero, até 31 de dezembro de 2023, as alíquotas destas contribuições sobre operações realizadas com óleo diesel. Belinati apontou estudos realizados pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) para basear o incremento às empresas.
Em nota, a companhia elencou outros fatores que impactaram, como “a reposição do salário e vale alimentação dos funcionários, em vigor desde 1º de janeiro, e outros insumos que tiveram aumento de acordo com o mercado e que não necessariamente acompanham a inflação”. “O valor (da tarifa técnica) representa o custo total do sistema, no entanto o usuário, por decisão do município, continuará pagando o valor de R$5,75”, frisou a CMTU.
A reportagem procurou a Londrisul, porém, não houve manifestação até a finalização da matéria. a Transportes Coletivos Grande Londrina não quis comentar o assunto.
Estrutura
O transporte coletivo conta com cerca de 133 linhas, sete terminais de integração e uma estação de embarque e desembarque, no shopping Catuaí. Em média, mais de 44 mil pessoas usam o serviço diariamente. A TCGL, com 222 ônibus, opera nas zonas norte, leste e oeste, enquanto que a Londrisul atua nas regiões central, sul e leste, com 134 veículos.
Gratuidade
Nos últimos dias, a prefeitura fez um aditivo de valor no contrato com a TCGL em relação as pessoas que têm direito à gratuidade, o que é custeado pelo poder público. Com a passagem R$ 0,95 mais cara neste início de 2024, o município vai pagar R$ 9,4 milhões por um ano ante os R$ 7,8 milhões iniciais, quando a tarifa estava no preço anterior, de R$ 4,80.
Tem direito a passagem gratuita passageiros com deficiência e acompanhantes, idosos, pessoas com câncer, aposentados por invalidez, doentes renais crônicos, crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade que frequentem serviços socioeducativos ou socioassistenciais para aprender uma profissão e profissionais das forças de segurança pública, entre outros públicos específicos.
Fonte: Folha de Londrina