Em assembleia nesta terça (3), sindicalistas decidem voltar ao trabalho após classificarem a paralisação unificada como “histórica”. Maioria rejeitou nova greve para semana que vem
Os sindicatos dos Metroviários, Ferroviários e da Sabesp encerraram a greve unificada iniciada nesta terça (3). Em assembleia realizada no fim do dia, os trabalhadores dos Metroviários decidiram não estender a paralisação deflagrada contra os planos de privatização do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O fim da greve foi aprovado por 2.231 trabalhadores, 79% dos 2.952 que participaram da votação, na sede da entidade. Os trabalhadores da CPTM e da Sabesp já haviam deliberado por uma paralisação de 24 horas.
Assim, todas as linhas de trem e metrô de São Paulo estarão em funcionamento normal nesta quarta-feira (4).
Em público, o governador Tarcísio de Freitas vem dizendo que elabora “estudos” para viabilizar a venda das três principais estatais paulistas.
A primeira delas é a bilionária Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), companhia de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto do estado, considerada a “joia da coroa” do plano. Em seguida, aparecem o Metrô, estatal que opera quatro linhas metroviárias na capital, e a CPTM, que administra uma rede com cinco linhas de trem.
Apesar da alegação por parte do governo de São Paulo de que, no momento, só elabora estudos, uma série de movimentos indica que o plano segue a todo vapor. Confira abaixo os pregões agendados pelo governador Tarcísio:
– 10 de outubro: pregão de terceirização dos serviços de atendimento do Metrô;
– 17 de outubro: pregão de terceirização da manutenção da Linha 15 do Metrô;
– 29 de fevereiro: leilão de concessão da Linha 7 – Rubi da CPTM
A presidente do sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, avaliou a greve como histórica. “Foi uma greve poderosa, histórica, unificada. A nossa luta continua, contra a terceirização, contra a privatização. Vamos firme derrotar Tarcísio e suas privatizações e defender o Metrô e a CPTM públicos e de qualidade”, disse.
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), José Faggian, em entrevista ao Vermelho também considerou histórica a mobilização entorno da luta contra as privatizações.
“Realmente é uma greve histórica em que a gente conseguiu unificar Metrô, CPTM e Sabesp e outras categorias também, com os companheiros do DCE da USP que também estão em greve e participaram dos nossos atos”. disse Fraggian.
De acordo com o presidente da Sintaema, a greve unificada não teve a ver com o que o governador Tarcísio chamou de “defesa de um interesse muito corporativo”.
“Nosso movimento é contra o projeto privatista do Tarcísio e não é uma greve apenas corporativa, ou seja, que pretende defender os direitos destas categorias. É uma greve que pretende defender o direito de todo o povo de São Paulo de ter acesso a água e saneamento e transporte de qualidade”, disse.
Fonte: Portal Vermelho