Segundo a Secretaria de Saúde, para um bom funcionamento dos serviços é importante que o usuário saiba ao que recorrer diante de enfermidade
Dor no corpo, fraturas, febres, mordida de animal: uma dúvida muito comum entre a população sobre qual é o lugar para se procurar em caso de emergência, mal-estar ou doença, por exemplo. Segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF), para um bom funcionamento dos serviços é importante que o usuário saiba ao que recorrer diante de alguma enfermidade, pois, dessa forma, segundo eles, é “possível evitar superlotações” que impossibilitam um “bom atendimento”.
O Distrito Federal, hoje, conta com 174 unidades básicas de saúde (UBSs), 13 unidades de pronto atendimento (UPAs) e 16 hospitais. Cada uma delas tem uma função na assistência dos pacientes, seguindo determinados protocolos.
As UBSs, de acordo com a secretária de Saúde, Lucilene Queiroz, estão preparadas para ofertar o “cuidado primário”, tais como: dor no dente, no ouvido, enjoos, sintomas gripais, vacina, consultas de rotina, consultas pré-natal, etc. São essas unidades que atuam, ainda, em problemas com álcool ou outras drogas, na saúde da mulher (suspeita de gravidez, violência doméstica, complicações menstruais e amamentação) e na saúde mental (ansiedade e depressão).
As UPAs, por sua vez, funcionam 24h e são os locais indicados para atender pacientes com quadros de dores abdominais, dores na cabeça, falta de ar, convulsão, diarreia, vômitos, envenenamento e tentativa de suicídio, por exemplo.
“Hospitais são para casos de emergência, como fraturas, acidentes, agressões por armas, AVC, infarto, pressão arterial muito alta, mordidas de animais, entre outros. É importante que as pessoas saibam em quais casos devem procurar cada uma das unidades de saúde, pois, somente dessa forma, é possível atendermos os pacientes da melhor maneira. Então, em casos menos graves, a indicação é sempre procurar primeiro a UBS, em seguida a UPA e, por último, o hospital”, declarou Lucilene.
Segundo a Secretaria de Saúde, cabe, ainda, aos hospitais o atendimento às ocorrências de alta complexidade, como hemorragias, traumas fortes, partos normais ou cesáreas, cirurgias, transplantes, quedas de altura e perda de consciência.
Entenda as cores das bandeiras
À reportagem, Lucilene esclareceu que embora a decretação de bandeiras, como a vermelha, restrinja temporariamente o atendimento às demais classificações, essa é, na verdade, uma ferramenta de sinalização da situação da unidade a gestores dos serviços de emergência, além dos órgãos de controle e regulação de urgências, como Samu e bombeiros.
“As bandeiras são ferramentas de gestão que servem para tomada de decisão da parte interna do hospital. Elas são transitórias e só podem ser decretadas pelo superintendente e pelo diretor de saúde. Quando sinalizadas, o gestor liga para o Samu informando a situação da unidade. Então, dependendo de como está o local, bem como a situação do paciente, após a triagem o usuário pode ser indicado a procurar uma UPA ou UBS”, esclareceu a secretária.
Confira o significado das cores das bandeiras:
Preta: decretada em casos que afetam a unidade hospitalar e não permitam o funcionamento mínimo da unidade de saúde, o que pode oferecer risco aos pacientes ou trabalhadores, como em caso de incêndio, contaminação, falha na estrutura do prédio. A classificação nessa cor cabe exclusivamente ao secretário de Saúde.
Vermelha: quando existem poucos leitos restantes para internação no serviço de emergência ou quando, por exemplo, não há mais pontos de oxigênio disponíveis no pronto-socorro. Nesses casos, apenas pacientes com pulseira vermelha serão atendidos.
Laranja: prevê atendimento apenas para pacientes com pulseira da mesma cor ou vermelha. O significado da cor é potencial risco de agravo do quadro, com necessidade de atendimento médico e assistência de enfermagem contínua.
Amarela: preserva a capacidade de atendimento para pacientes com pulseira da mesma cor — que permite atendimento no pronto-socorro por ordem de chegada —, bem como laranja e vermelha.
Verde: significa que há capacidade plena de atendimento no hospital. Pacientes com pulseiras verdes e azuis podem ter as demandas absorvidas pelas UPAs e unidades Básicas de Saúde (UBSs). O público classificado com uma das duas cores não têm prioridade no atendimento.
Reavaliação
As mudanças de classificação da situação dos hospitais ocorrem por diversos fatores, como movimentação de leitos ou altas precoces da demanda. Nesses casos, há encaminhamento para acompanhamento ambulatorial e articulação com emergências, em UPAs, UBSs e hospitais regionais.
A SES-DF destaca que as bandeiras decretadas nos hospitais não afetam o atendimento nas UPAs e UBSs. Por isso, pacientes sem gravidade devem buscar atendimentos nessas unidades, mais adequadas para quadros clínicos não urgentes. Além disso, cirurgias eletivas e emergenciais não são afetadas pela decretação de bandeiras.
“Primeiramente, o paciente deve se atentar a gravidade do atendimento que precisa, bem como a classificação que o local tem. Dirija-se ao hospital apenas em casos de mais gravidades. A gente precisa cuidar da saúde fazendo prevenção na UBS, pois, dessa forma, não precisaremos recorrer às outras unidades em casos que não sejam emergências.
Fonte: Redação Metrópoles