Retrospectiva reconta privatização da companhia de energia do Paraná, aumento da passagem em Curitiba e outros acontecimentos que marcaram o ano no estado
A venda da Copel e os leilões dos lotes de pedágio marcaram mudanças na infraestrutura do Paraná em 2023.
Na política, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), admitiu ao Ministério Público (MP-PR) o recebimento de propina. Além disso, a Operação Lava Jato teve mudanças de comando.
Relembre os principais fatos políticos e econômicos do Paraná em 2023:
Janeiro – Ratinho Junior toma posse do segundo mandato
No dia 1º de janeiro, Ratinho Junior (PSD) iniciou o segundo mandato no Governo do Paraná. Ele foi reeleito em outubro de 2022, no primeiro turno das eleições, com 4.243.292 votos (69,64%).
No mesmo evento, também foi empossado o vice-governador reeleito, Darci Piana (PSD).
Fevereiro – Tarifa de ônibus de Curitiba tem reajuste de R$ 0,50 e chega a R$ 6
A Prefeitura de Curitiba anunciou, em fevereiro, reajuste de 9% na tarifa de ônibus de capital. Com isso, o preço da passagem foi de R$ 5,50 para R$ 6.
O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, afirmou à época que o reajuste “é o mínimo possível para manter a sustentabilidade do sistema frente ao aumento dos custos relacionados ao transporte”.
Em fevereiro, o juiz Eduardo Fernando Appio tomou posse da 13ª Vara Federal de Curitiba, berço da Operação Lava Jato.
Em entrevista ao g1, o magistrado disse ter como missões o resgate da credibilidade e da neutralidade político-partidária e o fim da espetacularização.
Durante o ano, diversos fatos envolveram à operação. Appio chegou a ser afastado da Lava Jato por ter sido acusado de fazer uma ligação em tom ameaçador para o João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que é sócio do ex-juiz Sergio Moro.
Na audiência de conciliação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Appio reconheceu que teve conduta imprópria sem especificar qual foi a conduta. Atualmente, Appio está na titularidade da 18ª Vara Federal de Curitiba, responsável por analisar processos previdenciários.
A Lava Jato é considerada uma das maiores operações de combate à corrupção do país e começou em 2014. A força-tarefa teve entre os principais atores o atual senador pelo Paraná, ex-juiz Sergio Moro (União Brasil).
Março – Mensagem que indicou ameaça de sequestro de Moro mostra momento que suspeitos definem códigos para o crime
Em março, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de combate a uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles o atual senador pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil).
As mensagens trocadas por suspeitos de planejar ataques mostram códigos usados por eles para combinar o possível sequestro do parlamentar.
O conteúdo veio à tona após a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, ter retirado o sigilo da decisão que autorizou a operação.
Em março, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados em cidades do Paraná na Operação Lesa Pátria.
Os alvos da operação eram suspeitos de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram alvos de vandalismo e depredação em Brasília.
Maio – Deltan Dallagnol cassado: veja perguntas e respostas sobre a decisão do TSE
Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o registro de candidatura do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o que resultou na perda do mandato. A votação aconteceu em maio.
Em 2022, Deltan concorreu como deputado federal, eleito com mais de 340 mil votos. Antes de entrar para a política, ele era o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público do Paraná.Reproduzir vídeo
Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Governo do Paraná deveria voltar a pagar a aposentadoria mensal e vitalícia para cinco ex-governadores do Estado.
Os pagamentos estavam suspensos desde 2019, quando a Corte entendeu que a aposentadoria vitalícia e pensões eram atos inconstitucionais.
O gasto anual aos cofres públicos deve superar R$ 2 milhões. Mensalmente, os ex-governadores recebem cerca de R$ 34 mil.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu que os vereadores Antônio Brandão de Oliveira e Bruno Barbosa da Silva, de Jataizinho, paguem uma indenização por danos morais coletivos de R$ 100 mil por terem votado o aumento dos próprios salários da praia.
Junho – Censo do IBGE: confira população atualizada dos municípios do Paraná
O g1 publicou textos com os resultados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todos os 399 municípios do estado; confira os resultados.
Agosto – Governo do Paraná formaliza venda da Copel na Bolsa de Valores por R$ 5,2 bilhões
A venda da Copel foi oficializada na Bolsa de Valores de São Paulo em agosto. No valor de R$ 5,2 bilhões, a empresa deixou de ser uma companhia e virou oficialmente uma corporação.
Setembro – Consórcio vence concessão do lote 2 do pedágio do Paraná com desconto de 0,08%
O Consórcio Infraestrutura PR venceu a concessão do segundo lote de rodovias do Paraná em setembro. O contrato é de 30 anos.
O desconto ofertado foi de 0,08% nas tarifas de pedágio estipuladas no edital. Este foi o único grupo que concorreu pela concessão deste lote, que compreende 605 km de rodovias estaduais e federais, além de sete praças de pedágio.
Outubro – Deputado federal Matheus Laiola vira réu por sequestro, cárcere privado e concussão
O deputado federal do Paraná Matheus Laiola (União Brasil) e três policiais civis viraram réus por sequestro, cárcere privado e concussão – quando servidor público usa a função para exigir vantagem indevida.
De acordo com as investigações, os denunciados exigiram R$ 50 mil do proprietário de uma rede de postos de combustíveis para liberarem um funcionário.
O deputado estadual do Paraná Gilberto Ribeiro (PL) virou réu pelos crimes de peculato, que é a apropriação de recursos públicos, e concussão, que é a extorsão praticada por servidores públicos.
O MP-PR acusa o deputado de manter funcionários fantasmas e de rachadinha.
Dezembro – Deputado Traiano e ex-deputado Plauto Miró assinam acordo com Ministério Público em que admitem propina
O deputado estadual Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e o ex-deputado estadual Plauto Miró (na época, filiado ao DEM) confessaram que pediram e receberam propina de um empresário que tinha um contrato de prestação de serviço com a Assembleia Legislativa.
Traiano e Plauto fecharam um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) em dezembro de 2022 com o Ministério Público, quando admitiram terem recebido vantagem indevida do empresário Vicente Malucelli.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a nulidade absoluta de todos os atos praticados contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), atualmente deputado federal, em processos da Lava Jato e nas operações Rádio Patrulha, Piloto, Integração e Quadro Negro.
Conforme a decisão de Toffoli, ficou determinado, como consequência, o trancamento das persecuções penais instauradas contra Richa nas respectivas operações.
Fonte: G1