Encontro acontece das 14h às 16h e as discussões serão encaminhadas para a 15ª Conferência Municipal de Saúde que ocorre em março
Amanhã (sábado, dia 28) ocorre a Pré-Conferência de Saúde promovida pelo Centro de Direitos Humanos (CDH) de Londrina. O evento acontece das 14h às 16h no Centro Juvenil Vocacional, localizado na rua Darcirio Egger, número 568 – Jardim Shangri-lá, ao lado da Paróquia Nossa Senhora do Carmo.
“Nós queremos discutir a saúde pública que está em uma situação bastante complicada. Nós temos os problemas dos medicamentos, da saúde mental, cirurgias eletivas, um rol de reivindicações da população que precisamos cobrar das autoridades”, explica a assistente social e coordenadora geral do Centro de Direitos Humanos de Londrina, Maria Giselda de Lima Fonseca.
Ela destaca a importância da associação na defesa de todas as políticas públicas e reforça que, além de apontar as dificuldades encontradas pelos usuários no acesso aos serviços públicos de saúde, também serão debatidas possíveis soluções para o aprimoramento da acessibilidade e melhoria na qualidade dos tratamentos ofertados.
“Não queremos só cobrar, mas também levar a solução. O usuário que está na UBS [Unidade Básica de Saúde], UPA [Unidade de Pronto Atendimento], usando o SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] sabe das demandas”, indica.
Também de acordo com Alisson Fernando Moreira Poças, assistente social, membro da Diretoria do Centro de Direitos Humanos e do projeto Papo Reto Londrama, a atividade tem como objetivo levantar propostas que visem melhorar a política pública de saúde, considerando as interfaces com as demais áreas.
Assim, as discussões serão encaminhadas para a Pré-Conferência Municipal de Saúde, no segmento de “usuários”, que será realizada em fevereiro e, em seguida, para a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Londrina cuja temática deste ano é: “Garantir direitos e defender o SUS [Sistema Único de Saúde], a vida e a democracia”. O encontro acontece entre os dias 10 e 11 de março na Universidade Cesumar (UniCesumar).
Ainda, segundo Poças, o evento é gratuito, aberto a toda população e não há necessidade de inscrição prévia. “Toda cidadã e todo cidadão, pode participar, pois todos nós somos usuários do Sistema Único de Saúde e temos apontamentos que podem qualificar os serviços ofertados”, complementa.
A programação prevista inclui credenciamento, fala de um representante do Conselho Municipal de Saúde, instruções sobre o regulamento da Conferência Municipal (disponível aqui), discussão sobre os quatro eixos temáticos previamente definidos, a saber:
1) O Brasil que temos e o Brasil que queremos;
2) A participação do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas;
3) Garantir direitos, defender o SUS e a democracia;
4) Amanhã será outro dia para todos, todas e todes.
Também serão realizadas a votação das proposições e eleição dos delegados (titular e suplente) que ficarão responsáveis por apresentar os encaminhamentos nas etapas seguintes. Para Poças, a ação é importante, pois demonstra o fortalecimento da participação popular, pilar da democracia. Ele destaca também a necessidade de “reconstrução” do país, após o governo de Jair Bolsonaro (PL) marcado pelo desmonte das políticas públicas e retrocessos na garantia de direitos fundamentais.
“Refazer pontes com os movimentos sociais, com as organizações da sociedade civil, promovendo e estimulando a ampla participação popular no exercício da cidadania. Entendemos os espaços das Conferências e dos Conselhos, como espaços extremamente importantes para a manutenção da democracia brasileira. Todas as propostas levantadas na nossa Pré Conferência, serão sistematizadas e encaminhadas para a Comissão de Organização da Conferência Municipal de Saúde e vamos lutar para que elas sejam aprovadas e implementadas em nossa cidade”, observa.
Criado em 1988, o SUS é o maior sistema público de saúde do mundo, ofertando tratamentos que vão desde a atenção básica a serviços mais complexos. Atualmente, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o SUS atende cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente da política para cuidar da saúde.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.