Presidente afirmou está desenhando o terceiro PAC, para gerar crescimento e empregos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser a principal atração do tradicional ato de 1º de Maio, organizado em São Paulo pelas centrais sindicais, nesta segunda-feira (1º). Em seu discurso, o petista voltou a falar aumento real do salário mínimo, anunciado no último domingo (30), celebrado por sindicalistas e lideranças políticas.
“Nós instituímos outra vez o aumento real do salário acima da inflação. Daqui pra frente, o trabalhador receberá, além da inflação, a média do crescimento do PIB, como nós fazíamos quando fui presidente. Quando o salário mínimo aumenta, quem ganha não é só o trabalhador que ganha o mínimo. Porque o trabalhador, tendo mais dinheiro, compra mais. O comércio vai gerar emprego e vai encomendar coisa da indústria. A indústria vai gerar emprego e a roda gigante da economia começa a girar. Até os mais ricos ganham com o aumento do salário mínimo”, afirmou.
Lula adiantou um plano para o próximo ano. “Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano, que da mesma forma que o patrão que ganha milhões não paga sobre o lucro, que o trabalhador não pague imposto sobre a participação nos lucros”, disse o presidente.
O presidente também não se furtou a criticar mais uma vez a política de juros do Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto. “A taxa de juros não controla a inflação, ela controla a taxa de desemprego”, reclamou.
Ele também citou o direito à saúde, especialmente o acesso a médicos especialistas. “Nós vamos garantir que as pessoas pobres desse país tenham direito a um especialista para não morrer com uma receita na cabeceira.”
Lula agradeceu a vitória na eleição de 2022, que o consagrou para o terceiro mandato no Palácio do Planalto e impôs o fim do anseio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de ter mais quatro anos à frente do país.
“Vocês me deram uma nova chance. Quero provar para vocês meu compromisso com as pessoas que ralam o dia inteiro, que levantam às 5 horas da manhã, que andam duas horas de ônibus ou a pé, que pegam um trem lotado ou um metrô entupido para levar um dinheirinho pra casa. E essa gente muitas vezes não consegue ganhar o suficiente para a cesta básica. Pois nós vamos mudar esse país”, disse Lula, que trabalhará pela equidade salarial entre gêneros.
“A mulher tem que ganhar o mesmo que o salário do homem se ela faz o trabalho igual”, disse, citando o Projeto de Lei 1085/23 encaminhado pelo Executivo, que garante o pagamento pelo empregador de salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função.
“É uma falta de vergonha o que fazem com nossas mulheres no trabalho, no trajeto, no transporte, é uma vergonha. Em muitas atividades econômicas, as mulheres são mais fortes e corajosas que os homens”, explicou o presidente.
Em discurso curto, Lula contou que está “convidando empresários estrangeiros para fazer investimentos no Brasil. Estamos mostrando para eles os grandes projetos que vamos apresentar no terceiro PAC [Plano de Aceleração do Crescimento]. Vai ser o maior projeto de obras de infraestrutura desse país. A gente então vai voltar a gerar emprego”, prometeu.
O petista também prometeu investimento em Educação. “Aqui em São Paulo vamos inaugurar a Universidade Federal do ABC em São Bernardo, a Universidade Federal de Osasco e vamos começar a fazer a universidade federal da zona leste. Quando o [ministro Fernando] Haddad era prefeito ele doou o terreno. Vou começar e terminar essa universidade no meu mandato”, afirmou.
Por fim, Lula pediu que aos trabalhadores que se tornem “soldados contra fake news. A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse país. Cada companheiro que tem um celular precisa ficar atento, não pode mandar mensagem mentirosa, não pode passar pra frente o que pode prejudicar a pessoa.”
Na próxima terça-feira (2), a Câmara dos Deputados deve votar o PL 2360, conhecido como PL das Fake News. O texto final do projeto, relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB) foi protocolado na Casa na última quinta-feira (27).
Fonte: Brasil de Fato