Pesquisadores da África do Sul também constataram que a ômicron, mais contaminante que as antecessoras, vem causando até duas reinfecções em menor intervalo
São Paulo – A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alertou nesta quarta-feira (18) que as novas infecções e mortes pela covid-19 tem aumentado “constantemente” nas Américas nas últimas quatro semanas. Os casos da doença no continente subiram 27,2% na semana passada em relação à anterior. Os países da região registraram mais de 918 mil casos e 3,5 mil óbitos pela doença na semana finalizada no dia 14.
A alta de casos vem sendo puxada principalmente pelos Estados Unidos, que responderam por mais de 605 mil novas infecções, crescimento de 33%. Todas as sub-regiões do continente, no entanto, tiveram alta de casos. A América Central teve o maior aumento percentual, com alta de 80%.
“A verdade é que esse vírus não vai desaparecer tão cedo. Após um período de menor transmissão, muitos países e governos locais estão abandonando o uso de máscaras e distanciamento social e reabriram as fronteiras”, afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva. “É hora de fazer um balanço desses números e agir”, acrescentou.
Por outro lado, Carissa alertou que apenas 14 dos 51 países da região atingiram a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de vacinar 70% das populações com pelo menos duas doses – ou dose única – dos imunizantes. Ela também frisou que, em alguns países, o nível de testes aplicados vem caindo desde o início do ano.
Ômicron: reinfecções mais frequentes
Pesquisadores da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, identificaram que a ômicron tem mais capacidade de causar reinfecções do que as variantes beta e delta. Eles analisarem cerca de 3 milhões de casos positivos da doença, desde o início da pandemia até agora. Desse modo, eles constataram aumento de casos de reinfecção, a partir de novembro, durante a última onda causada pela ômicron, a partir de novembro do ano passado.
Além disso, as reinfecções passaram a ocorrer em intervalos menores, de até 90 dias. Até mesmo as terceiras infecções aumentaram durante a onda ômicron. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Science nesta semana. Os pesquisadores atribuem esse aumento nas reinfecções à capacidade da ômicron de escapar da imunidade conferida por infecções anteriores.
Nesse sentido, uma das formas de impedir a reinfecção seria continuar com o uso de máscaras. Isso porque as vacinas evitam os casos graves de covid-19, reduzindo o risco de hospitalização, mas não impedem a infecção pelo vírus. No caso da ômicron, a dose de reforço é fundamental para evitar o agravamento da doença.
Balanço da covid no Brasil
O Brasil registrou hoje 103 mortes e 13.525 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de casos calculada em sete dias, que ficou em 17.718, voltou a cair, após sucessivas altas nos últimos 30 dias. A média de óbitos, que ficou em 115, também registrou leve queda na comparação com o dia anterior. Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 665.319 óbitos e cerca de 30,7 milhões de casos da doença confirmados oficialmente.
Fonte: Tiago Pereira | Rede Brasil Atual