Ações que contestam candidatura de Moro por caixa 2 e abuso de poder econômico podem ser julgadas em breve
Depois da cassação de seu colega de Lava-Jato Deltan Dallagnol, o sinal está amarelo para o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Eleito em 2022, desbancando seu ex-aliado Álvaro Dias, Moro enfrenta dois processos, movidos pelo Partido Liberal e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).
A tramitação ocorre em sigilo de justiça, mas as duas ações foram unificadas. Nelas, Moro é acusado de caixa 2 e abuso de poder econômico. Se cassado, nova eleição pode ser convocada para o Senado no Paraná, possibilidade que vem mexendo no tabuleiro político do estado.
Pelo lado da direita
Mesmo com Moro declarando apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições, o partido do ex-presidente manteve a ação que pede a cassação do senador. O PL pede que haja uma eleição suplementar, para que o candidato derrotado Paulo Martins, que teve disputa acirrada com Moro, possa disputar. Martins seria um candidato natural da legenda com apoio do governador Ratinho Jr. e de Bolsonaro.
Outro possível candidato é o deputado federal e secretário de Indústria do estado, Ricardo Barros. Em entrevista na Assembleia Legislativa, Barros afirmou que entrará na disputa e que acredita na cassação de Moro. “A jurisprudência indica que Moro terá o mesmo destino do caso do Mato Grosso, onde houve cassação. Havendo eleição suplementar, quero colocar meu nome à disposição”, afirmou. Além de Paulo Martins e Ricardo Barros (PP), Álvaro Dias também poderá concorrer.
Impasse no PT
Pelo lado do PT, diversas lideranças vêm manifestando interesse na disputa. Gleisi Hoffmann, atual presidenta nacional e deputada federal, é o nome favorito do Palácio do Planalto caso haja disputa. De acordo com informações do site Métropoles, confirmadas pelo Brasil de Fato, a ex-senadora poderá receber o apoio do ex-governador Roberto Requião (PT), que também se interessa em concorrer. Requião poderia apoiar Gleisi e, em troca, participaria do primeiro escalão do governo Lula.
Além de Requião e Gleisi, o líder do PT na Câmara e deputado Federal, Zeca Dirceu, também manifestou interesse. Afirmou estar “animado” com a possibilidade da candidatura. Sobre a possibilidade de disputar com Gleisi, Zeca disse que não foi informado pela presidenta da disputa. “A mim ela nunca informou isso, nas reuniões do partido também não foi feita essa discussão. Mas, obviamente, é legítimo que outras lideranças queiram disputar. Nos damos muito bem, jamais haverá briga, sempre no diálogo, acordo e entendimento”, afirmou Dirceu.
Fonte: BdF Paraná