Com projeto aprovado na Assembleia, custo da militarização de colégios sobre R$ 51 milhões por ano
O governo Ratinho Jr. (PSD) fez aprovar nesta terça (11) um aumento da gratificação que vem sendo paga aos policiais aposentados que trabalham nas escolas cívico-militares. A gratificação, que era de R$ 3,5 mil quando o sistema foi criado em 2021, passará agora para R$ 5,5 mil.
Com a mudança, segundo o governo, as escolas cívico-militares ficarão R$ 51 milhões mais caras já no ano que vem – um aumento de R$ 1 milhão despendidos a cada semana. De acordo com dados oficiais, o Paraná mantém hoje 194 colégios cívico-militares, além de 12 outros que são de responsabilidade do governo federal.
Na justificativa enviada à Assembleia Legislativa, o governador afirma que o reajuste é necessário para evitar desinteresse dos policiais. O texto afirma que a proposta tem “o objetivo de valorizar os profissionais atuantes e, assim, evitar possíveis desligamentos, tendo em vista a importância do Programa Cívico-Militar no desenvolvimento de uma educação de qualidade no âmbito estadual”.
Os colégios têm sempre dois PMs aposentados em funções fixas: um diretor e um monitor. O salário de ambos é igual.
O projeto foi aprovado nesta terça com 40 votos favoráveis e sete contrários, dados pela oposição. Falando contra o projeto, a deputada Ana Júlia (PT), que tem a educação como sua principal pauta, disse que não faz sentido ampliar a gratificação nas escolas militarizadas – um modelo que ela disse não ter funcionado – ao mesmo tempo em que os profissionais da área da educação recebem salários menores.
Uma professora pode cumprir o mesmo papel do monitor cívico-militar, por exemplo, recebendo apenas R$ 1,9 mil. “Não faz sentido uma disparidade tão grande de salários dentro de uma mesma instituição”, afirmou ela, lembrando ainda que as professoras têm formação em Pedagogia e, portanto, estão mais qualificadas do que policiais militares aposentados para exercer essas funções em colégios.
Fonte: Jornal Plural