Colégios estaduais em oito municípios estão na lista dos que podem ser beneficiados com a liberação dos recursos do Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica
O Paraná possui mais de 50 obras de infraestrutura escolar paralisadas ou inacabadas, sendo 12 em unidades da rede estadual de ensino básico. No Brasil, esse número passa de 3,5 mil. Para resolver o problema em todo o país, o governo federal vai investir quase R$ 4 bilhões ao longo dos próximos quatro anos.
Os números são do cadastro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a ação foi anunciada em maio, durante o lançamento do Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica. A intenção do governo é que as construções sejam entregues à população o quanto antes.
Nas escolas da rede estadual, as obras estão presentes nos municípios de Curitiba, Pinhais, Araucária, São José dos Pinhais, Colorado, Ibiporã, Cascavel e Londrina, e foram planejadas para a construção e cobertura de quadras e para atender o ensino profissionalizante.
Quadro Negro
Dessa lista, de acordo com dados do FNDE, a cobertura da quadra do Colégio Walde Rosi Galvão, em Pinhais, é a mais atrasada, com apenas 21% concluídos. Segundo a direção da escola, a obra está parada desde a deflagração da operação Quadro Negro, investigação que apurou diversas ilegalidades cometidas em construções e reformas de escolas no Paraná entre 2013 e 2015.
Já a construção mais adiantada, porém paralisada após 96% de execução, fica no Colégio Estadual Wilson Jofre, em Cascavel, destinada a atender o ensino profissionalizante.
Para a retomada, o governo estadual deverá aderir ao programa e as regras previstas na Medida Provisória nº 1174/23, que trata do tema. O prazo para manifestar interesse termina no dia 12 de setembro. Após a repactuação, as obras beneficiadas terão novo prazo de 24 meses para a sua conclusão.
Confira abaixo a localização das obras da rede estadual de ensino paralisadas ou inacabadas.
- Cobertura de quadra: Colégio Walde Rosi Galvão, Rua Azaléia, Planta Walde Rosi Galvão, Pinhais. Inacabada: 21,01%
- Cobertura de quadra: Rua João Valle, Santa Felicidade. Inacabada: 5,54%
- Cobertura de quadra: Rua Buda, Santa Cândida, Curitiba. Inacabada: 66,18%
- Cobertura de quadra: Av. Independência, Rio Verde Acima, Araucária – Inacabada: 35,03%
- Cobertura de quadra: Rua Manoel Marcílio de Oliveira, São Marcos, São José dos Pinhais. Inacabada: 62,58%
- Ensino profissionalizante: Avenida Paraná, Colorado. Paralisada: 60,01%
- Ensino profissionalizante: Rua Califórnia, Bairro Serra Bonita, Ibiporã. Paralisada: 46,12%
- Ensino profissionalizante: CE Wilson Jofre, Rio Grande do Sul, Centro, Cascavel. Paralisada: 96,28%
- Ensino profissionalizante: Avenida Arthur Thomas, Jardim Jamaica, Londrina. Paralisada: 23,80%
- Ensino profissionalizante: CEEP Pedro Boaretto Neto, Rua Natal, Recanto Tropical, Cascavel, Paralisada: 97,65%
- Ensino profissionalizante: CEEP Maria do Rosário Castaldi, Avenida Arthur Thomas, Jardim Bandeirantes, Londrina. Paralisada: 68,23%
- Ensino profissionalizante: CE Pinheiro do Paraná, Rua Daniel Cesário Pereira, Santa Felicidade, Curitiba. Paralisada: 21,38%
Demanda
Para a CNTE, a liberação dos recursos para obras nas escolas é bem-vinda, mas insuficiente. Durante audiência realizada na semana passada, no Senado Federal, para debater a Medida Provisória, a secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, lembrou que os R$ 4 bilhões devem proporcionar 450 mil novas vagas nas três etapas do ensino básico, mas destacou que a quantidade está muito aquém da demanda de 70 milhões.
A dirigente também saiu em defesa dos funcionários(as) de escola, especialmente merendeiras(as) e cozinheiros(as). “Precisamos pensar em uma arquitetura que corrija os espaços educacionais. Muitos funcionários de escola não têm um espaço de cozinha adequado para fazer merenda, lavar grandes panelas”, disse.
Fonte: APP-Sindicato