Foram dispensados o diretor-executivo da corporação, Jean Coelho, e o diretor de Inteligência, Allan da Mota Rebello, seis dias após morte
Em uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), na manhã desta terça-feira (31/5), e assinada pelo ministro da Casa Civil da Presidência da República, Ciro Nogueira, o diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jean Coelho, e o diretor de Inteligência, Allan da Mota Rebello, foram dispensados de seus cargos.
A medida foi tomada um dia após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) terem sido questionados publicamente sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, asfixiado em uma viatura da PRF em Sergipe, durante uma abordagem.
“Vamos investigar, de acordo com o órgão competente […]. Não podemos generalizar tudo o que acontece no nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós. Nos momentos difíceis, são os primeiros a chegar […]”, avaliou Bolsonaro.
Já o ministro Anderson Torres disse que não comentará o caso enquanto as investigações não forem concluídas.
“Em relação aos fatos ocorridos em Sergipe, os processos administrativos na PRF e no inquérito federal, no âmbito da Polícia Federal, foram instalados, e a apuração já está acontecendo. Ela sairá o mais breve possível e, enquanto não houver a finalização, não há o que falar. O que tinha que ser feito pelo estado já foi feito. Agora é aguardar a finalização”, ponderou Torres.
Veja a portaria que exonera os policiais:
O Metrópoles questionou a Casa Civil e a PRF sobre a dispensa, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
O caso
Genivaldo foi abordado, em 25 de maio, por agentes da PRF em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe. Ele acabou preso por dois policiais rodoviários federais dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas da viatura da PRF.
Em nota, a PRF afirmou que o homem teria “resistido ativamente” à abordagem. Os agentes, então, teriam utilizado “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo” para conter a agressividade da vítima, que passou mal no caminho para a delegacia, segundo a corporação.
Após a repercussão negativa, a PRF mudou o tom e disse que o caso gera “indignação“.
Fonte: Mariana Costa | Metrópoles