Polícia e terceirizada da Copel levam embora fiação e deixam quatro vilas no escuro
Cerca de quatro mil famílias estão sem energia elétrica em quatro vilas do Caximba, no extremo Sul de Curitiba, na noite desta quarta-feira (16). O transformador que atendia a região e toda a fiação foram retirados, segundo os moradores por ordem da polícia. O Plural apurou que a Prefeitura e o Governo do Paraná se comprometeram a devolver os materiais ainda nesta noite.
As vilas 29 de Outubro, Abraão, Juliana e Milinho são áreas pobres quase na divisa com Fazenda Rio Grande. Boa parte das moradias está em situação irregular – são regiões de ocupação recente, com trabalhadores de baixa renda que não conseguiram outros pontos da cidade para se instalar. É lá que o prefeito Rafael Greca (PSD) pretende concluir o projeto habitacional que é sua menina dos olhos no atual mandato, o Bairro Novo da Caximba.
De acordo com o Pastor Jorge Nunes, da Igreja do Evangelho Quadrangular, que é também presidente da associação do bairro do Caximba, a história começou com um curto-circuito no transformador – dizem que teria sido consequência do apagão que aconteceu em boa parte do país na terça (15).
Moradores acionaram a Copel, que enviou trabalhadores terceirizados para fazer um conserto. No entanto, ao invés de resolver a situação, os técnicos decidiram que a instalação era irregular e portanto deveria ser retirada, ao invés de consertada.
Os moradores ficaram indignados e tentaram evitar que o aparelho fosse removido, mas os técnicos chamaram a polícia para protegê-los e acabaram de fato levando embora toda a fiação do local. “Levaram uma parte que era gato e levaram também de quem pagava a luz, tinha relógio da Copel e tudo”, diz o Pastor Jorge.
Revoltados, os moradores tomaram um ônibus que passa pela região e ameaçaram queimá-lo. Vídeos postados no WhatsApp e nas redes sociais mostram várias cenas de revolta e indignação.
A assessoria do vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) diz que ele foi procurado por moradores e que se comprometeu a fazer uma intermediação para resolver o problema. No entanto, colocar toda a fiação de novo pode ser demorado, e não se sabe até onde os moradores terão paciência para ficar sem um serviço básico.
Fonte: Jornal Plural