Dia será de paralisação das atividades nas sete universidades estaduais do Paraná
Nesta terça-feira (22), as salas de aula das universidades estaduais do Paraná estarão vazias. Isto porque, professores das sete instituições de ensino superior (UEL, Uenp, UEM, Unioeste, UEPG, Unicentro e Unespar) aprovaram em assembleias, a paralisação das atividades e ida a Curitiba para reivindicar a imediata implementação do novo Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos docentes.
A proposta de paralisação foi feita pelo Comando Estadual de Greve (CEG). Na UEL, a decisão foi tomada em assembleia realizada na última quarta-feira (16) com apenas um voto contrário. Em entrevista ao programa Aroeira no sábado (19), Cesar Bessa, presidente do Sindiprol/Aduel, explica que o indicativo de mudança no PCCS, mediado pela Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), prevê a reposição de 14,5% para a categoria face à defasagem salarial que ultrapassa 42%. De acordo com ele, o anúncio foi preponderante para a suspensão da greve em 15 de junho após 39 dias de mobilização.
“Nós estávamos numa greve, pleiteando uma reposição salarial no patamar dos 42% para o mês de maio, o governo enviou uma proposta para ALEP [Assembleia Legislativa do Paraná] destinada ao reajuste salarial de todos os servidores do Executivo do estado do Paraná na ordem 5,79% apenas, ou seja, uma fração insignificante à defasagem salarial. Mas de forma concorrente a este salário, uma proposta de alteração no plano de cargos e salários que beneficiam professores no montante de 14,5%. Com isso, os professores acabaram suspendendo a greve em curso e lá para cá ficamos aguardando o encaminhamento do PCCS”, recorda.
Porém, até o momento, as entidades sindicais que representam os docentes universitários no estado não tiveram mais informações sobre o andamento da proposta. “Ocorre que até agora não tivemos nenhuma informação oficial de que existe uma proposta do governo a ser encaminhada para a ALEP para ser votada. Os outros servidores do Executivo, foram beneficiados com modificações nos planos de carreira e salário, os professores universitários foram excluídos. Foi dito que após o recesso, a discussão iria para o pleito da ALEP, mas até agora não caminhou”, observa a liderança.
Docentes que desejarem ir a Curitiba nesta terça-feira, devem preencher a planilha disponível aqui.
Reavaliação do movimento grevista
Nesta terça-feira (22) também ocorre nova assembleia docente na UEL. O encontro acontece no Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) a partir das 9h30 e pretende avaliar o retorno da categoria à greve.
“Se for o caso, retirar novo indicativo de greve. É uma possibilidade decorrente desta falta de informação que nós temos sobre o plano de cargo e salários. Esperamos que no dia 22 haja uma mobilização intensa da comunidade universitária em prol desta pauta que é, na verdade, da própria instituição, da preservação da universidade que passa pelo fortalecimento da carreira docente”, ressalta Bessa.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.