Jair Menegeli e Vicentinho participaram do Programa Quarta Sindical, uma parceria entre o Brasil de Fato e CUT-PR
A história da maior organização sindical do Brasil começa em 28 de agosto de 1983, quando foi criada a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na época, foi necessária desafiar a legislação ainda sob as bases do golpe militar que impedia a organização dos trabalhadores em uma só entidade. Em 2023, a CUT completa 40 anos de existência. De execução de sentenças sem a
Mais de 5 mil trabalhadores reunidos no 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT) em 1983 deram origem pelo voto à primeira entidade intersindical e Inter categorias em nível nacional construída após o golpe militar de 1964. E, para refletir e comemorar sobre os 40 anos da CUT, o Programa Quarta Sindical, da CUT e Brasil de Fato Paraná, realizou um debate com a participação do deputado federal Vicentinho e o metalúrgico e ex deputado federal Jair Meneguelli, ambos ex presidentes da CUT.
Do golpe militar à democracia
Os ex presidentes destacaram a importância do início da história da CUT justamente por ser um período de transição do regime militar para a redemocratização. “Foram momentos difíceis, mas a gente foi para a Praia Grande discutir a criação de uma central única dos trabalhadores, todos nós sonhando com a unificação do movimento sindical brasileiro, porque nós percebíamos que as necessidades, as dificuldades dos trabalhadores eram iguais em todo o território nacional e que os empresários eram organizados e que nós precisávamos de uma central, de uma entidade, que pudesse reunir todos os trabalhadores. E criamos a Central Única dos Trabalhadores, uma das maiores centrais do mundo, com muitas lutas memoráveis,” citou Meneguelli que foi eleito coordenador da primeira executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores.
Vicentinho relembrou também os momentos de luta contra a ditadura que imperava no momento dificultando a organização dos trabalhadores. “Eu e Meneguelli fomos processados pela Lei de Segurança Nacional. Pois, o Meneguelli reagiu ao Decreto- Lei que proibia os trabalhadores de negociarem seus direitos. O momento era de muitas crises, mas vejo agora com a certeza das missões cumpridas,” disse.
Por unidade no movimento sindical
Ao refletir sobre o momento atual, o ex presidente da CUT Jair Meneguelli defendeu a unicidade do movimento. “E outra coisa que nós precisamos retomar, alguns acham impossível, mas eu não acho que é reunificarmos o movimento sindical brasileiro. Eu não posso crer, eu não posso acreditar no movimento sindical com dez centrais sindicais. Não é possível que haja tanta divergência que impeça essa possibilidade de nós fazermos uma única central de trabalhadores. Afinal de contas, independentemente de que partido nós pertencemos, independentemente de que ideologia nós pertencemos, a luta da classe trabalhadora não pode ter tanta divergência,” defendeu.
Vicentinho também defendeu o fortalecimento dos trabalhadores em uma única central. “Quanto á unidade do movimento sindical, é muito legitimo. Pois, quando começamos, imaginávamos que todos nós devíamos ser um só. Importante lembrar que lá na fundação, tínhamos uma Comissão para organizar com a participação de todas as tendências, mesmo as conservadoras,” citou.
Volta da luta pela redução da jornada de trabalho
Para o momento atual, ambos defenderam retomar, entre as várias pautas da classe trabalhadora, retomar uma pauta já antiga, a defesa da redução da jornada de trabalho. “Nós imaginávamos e sonhávamos, e a nossa expectativa lá atrás era chegarmos com o tempo a uma jornada de trabalho de 36 horas semanais, como é na Europa, por exemplo, mas nós reduzimos de 48 para 40 horas e praticamente, de 48 para 44, e paramos. Então precisa retomar essa luta pela redução da jornada do trabalho.”, disse Meneguelli.
Vicentinho citou que todas as pautas vêm sendo debatidas com ampla mesa de negociações com o atual Governo Lula. “Hoje nós estamos com o presidente Lula. Há uma grande possibilidade de negociações importantes, pois o presidente Lula e o companheiro Luiz Marinho criaram uma mesa permanente de negociação. Como parlamentar, estou novamente com a luta contra a Reforma Administrativa que o Lira quer colocar de novo e também tenho defendido a redução da jornada, do qual sou relator. Sempre bom relembrar que a Convenção 48 da OIT destaca que qualquer jornada superior às 40 horas semanais traz problemas de saúde para os trabalhadores. É por isso que o mundo inteiro vai trabalhar 40 horas semanais, salvo exceções, sobretudo nos países mais avançados,” citou.
Além da participação de Vicentinho e Meneguelli, o programa contou com vídeos de outros ex presidentes como Artur Henrique, Vagner Freitas, o atual Ministro do Trabalho, Luiz Marinho e do atual presidente da CUT, Sergio Nobre. E, homenageou ex presidentes “in memorian” como João Felício e Kjeld.
Fonte: Brasil de Fato PR